A psicologia, colocando-se como ciência que estuda o comportamento humano, (…) apoia-se muito numa postura pragmática e experimentalista. (…) O psicólogo se investe da posição de mestre, fazendo-se dono de teorias e técnicas que lhe permitam um saber a respeito do que ocorre com o paciente, e de qual melhor forma de avaliar seus sofrimentos.
A postura do psicanalista é bastante diversa. Trata-se de criar uma situação de escuta que permite remeter o sujeito à sua verdade, à sua palavra. O sujeito da psicanálise não é o sujeito biológico ou epistêmico, mas sim o sujeito do inconsciente. Trata-se, então, para o psicanalista, de dirigir o tratamento numa práxis que permita a emergência desse sujeito do inconsciente. (…) O enfoque está na subjetividade, na singularidade do sujeito. (…) É a clínica do particular.
Psicanálise – Introduçao à praxis – Freud e Lacan
Coord. Clara Regina Rappaport
Mas os psicanalistas dão nomes de Psicologia às “Psicanálises”: Psicologia Profunda, Psicologia Analítica, etc.
O próprio Freud fala muito de Psicologia quando se refere ao próprio trabalho.
Embora eu concorde com o texto acima, acho que a fronteira é tênue. Com todas as “Psicanálises” de hoje, imagino que seja complicado até mesmo abarcar o conceito de psicanalista.
A linha é mesmo tênue, mas existe. Assim como existem diversas Psicologias, de fatos existem muitas psicanálises, e a diferença entre elas também é tênue, mas, mais ma vez, existem. É há os radicais, que te diriam que essas Psicologias que se chamam Psicanálise, na verdade não são. É uma longa discussão.hip.net