Eu já ia começar a gastar meu português para dizer tudo que acho sobre a máfia da academia, muito bem representada pelo currículo lattes, mas não vou. A algum tempo, influenciada pela postura da psicanálise lacaniana, me recuso a fazer parte desse meio. “Engordar” um currículo, com artigos que não dizem nem acrescentam nada, apresentações que não tem ouvintes nem discussão, enfim, todas as coisas que se exigem que um “acadêmico” faça pelo bem da pesquisa (???), via lattes, nunca fez e continua não fazendo nenhum sentido pra mim. Acredito que acaba sendo natural publicar artigos ou apresentar trabalhos quando já se está envolvido em alguma pesquisa, e podemos realmente contribuir com alguma coisa, mas não o inverso. Mas, nesse ponto, não ficamos preocupados se teremos certificados, ou se isso vai engordar ou não nosso currículo. O currículo devia ser conseqüência, e não um objetivo final em si mesmo.
Mas, enfim, eu comecei dizendo que não ia gastar meu português, porque alguém já o fez maravilhosamente. Faço minhas as palavras de Rafael Marinho, em um texto muito bem escrito, sobre o assunto.
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Obs: Parece ridícula a crítica, quando falamos mal, mas estamos lá na academia com nossos lattes. Mas se tem uma coisa que aprendi a duras penas, é que sentar e criticar de fora não ajuda em nada. A gente tem que sujar as mãos para conseguir mudar alguma coisa.
Ótimo texto !
Pra mim o Lattes reflete a deteriorizaçção via especialização super-excessiva da academia de hoje. Com cada vez mais pensadores sabendo cada vez mais coisas sobre menos coisas (especialização versus visão do todo) a tendência é termos um número cada vez maior de artigos com conteúdos cadsa vez menos abrangentes, o que, extrapolando, nos leva a um número infinito de artigos completamente vazios.
Obrigada pelo comentário!