Autor: Aline Sieiro (Page 17 of 30)

Pais e Filhos

Eu estava vendo um filme, e inspirada por ele, e por uma discussão no twitter, decidi fazer este texto. Provavelmente será um texto incompleto, porque já assumi a postura de incompletude, no sentido lacaniano de que sempre falta algo a se dizer, a se estudar, a se discutir.

O filme se chama “Mommas Man” http://www.imdb.com/title/tt1122599/ , muito bem resenhado aqui http://cinerama.blogs.sapo.pt/200806.html . Conta a história de um homem casado, pai de família, que vai visitar os pais, e não volta mais para casa.

A discussão ocorreu esta noite no twitter, iniciada por esse tema do @DoisEspressos http://doisespressos.wordpress.com/2009/07/16/qualquer-pai-sabe-o-que-e-melhor-pros-filhos/.

Outro filme que marca esta discussão é o I am Sam, http://www.imdb.com/title/tt0277027/ , a história de um Deficiente Mental que têm uma filha, e ao fazer sete anos o Conselho Tutelar decide retirá-la do lar por considerar o pai incapaz de cuidar dela.

O que é ser pai? Ser responsável por uma criança, ter responsabilidades diversas, entre elas a de assegurar o bem estar dessa criança no mundo. Dar educação, protegê-la de perigos, amá-la e respeitá-la incondicionalmente.

Como já falaram muitos psicólogos, os pais (ou criadores da criança) exercem grande influência sobre ela. Que influência? Não sabemos ao certo. Há crianças que se tornam quase cópias de seus pais, outras que se tornam seus opostos extremos. Então, como saber que influência daremos, e o que é certo ensinar aos nossos filhos? No geral, fazemos aquilo que achamos correto. Ensinamos valores, regras e leis que correspondem a aquilo que particularmente acreditamos. Ensinamos também as leis do local onde vivemos para que isso facilite a vida em sociedade da criança. Mas o fato é que, dentro de nossas casas, podemos ensinar e influenciar nossos filhos da forma como acharmos melhor.

Ai temos dois problemas: 1. Quando não concordamos com as regras morais da sociedade que vivemos, e desejamos fazer algo diferente. Por exemplo, se não queremos vacinar nossos filhos, ou mesmo educá-los em casa, podemos até ser presos, acusado de mil crimes contra a criança. Isso é correto? Eu particularmente não acho. Ou também, no caso do filme, quando querem tirar uma criança de uma família (que, de acordo com a lei, não consegue cuidar da criança) e a colocam num orfanato em que ela vai ser menos cuidada ainda. 2. Quando os pais usam de seu poder nos filhos para ensinar valores obviamente tortos, como os nazistas, os preconceituosos, os ladrões. Outro dia apareceu na internet um vídeo de um pai ensinando seu filho de menos de três anos a roubar. E ai a sociedade se vê no direito de interferir e tirar essa criança dessa família.

Mas a questão está no fato de que nem sempre as coisas são tão claras assim. Em casos extremos, como esses citados acima, fica claro e fácil distinguir quando a sociedade deve tomar partido da criança e agir. Mas e quando não é possível saber essa diferença assim tão claramente? E quando o que achamos ser melhor para a criança pode não ser? Já ouvimos muitos casos em que a intervenção da sociedade só piorou a história da criança. Então, como agir nesses casos?

Escuto histórias envolvendo o Conselho tutelar quase todo mês. Em uma delas, na TV, duas crianças morreram, depois de procurar o Conselho mais de três vezes, para dizer que seus pais os espancavam. O conselho não deu atenção, e as crianças finalmente morreram espancadas pelos pais. Em outros casos o conselho tira a criança dos pais, pois esta não está indo a escola, já que tem que ajudar a mãe  solteira a criar os irmãos. Há ainda o caso do juiz que deu a guarda de uma criança para as tias, e não para o pai (depois que a mãe faleceu), e essa tia espancava a criança todos os dias. Então, entramos numa questão mais profunda, que é como dar e para quem dar o poder de decidir quando e como interferir na relação pais-filho. E para fazer parte do Conselho tutelar o processo chega a dar vergonha pra quem estudar a vida toda psicologia, pedagogia, ou qualquer ciência social e humana. A mesma coisa para os Juizes, muitas vezes despreparados para lidar com seres humanos, aplicam regras e leis sem analisar cada caso, e tudo isso que o tempo todo se vê nos noticiários.

Devemos proteger as crianças, mas já dizia Winiccot que proteger demais também faz mal. Há males que vem pro bem sim, pois a criança cria calos, aprende a se proteger, aprende o que é melhor pra ela, aprende a ser independente. Ninguém melhor para proteger uma criança do que ela mesma, e pra isso ela precisa ir aprendendo aos poucos. Quantos adultos sofrem por não ter tido um contato “real” com a vida, pois os pais sempre se antecipavam, protegiam, escondiam a realidade, e depois esses adultos sofrem para viver suas vidas e a dura realidade que é estar vivo. Se partirmos do principio que todo pai traumatiza seus filhos, o que é necessário e natural, quando esse “trauma” passa dos limites e devemos atuar para o bem da criança? A linha que divide essas realidades é tênue, e pode variar de acordo com quem analisar a situação. Então como delegar essa posição a terceiros? Como colocar a vida de uma família nas mãos de outra pessoa, que em muitos casos não é formada e preparada para isso?

Tendemos a analisar as situações de acordo com a nossa realidade, e isso pode muitas vezes ser injusto para a realidade dos outros, nem boa nem ruim, somente diferente. É necessário ter limites, regras, leis? Com certeza. A questão é quem vai estabelecer, como vai estabelecer, porque o mundo é muito grande, e as regras tendem a nos diminuir e enquadrar numa mesmice que não é a realidade geral do mundo das pessoas.

O que é correto ou não ensinar aos filhos? De acordo com cada região, cada cultura, cada sociedade, ou mesmo religião, a resposta a essa pergunta varia. Um tema pode ser considerado muito ofensivo para alguns, mas essencial para outros. E há os temais morais, que no geral são considerados banidos mundialmente. Mas a verdade é que existe o livre arbítrio. Uma pessoa pode pensar e falar o que quiser, mesmo que isso ofenda a outros. Dessa forma pode criar seus filhos como bem quiser, contato que siga algumas regras básicas impostas pela sociedade onde está inserido. Por exemplo, no Brasil, que vá a escola, que seja levado ao médico, que tome vacinas.

Quantos adultos culpam seus pais por suas características pessoais, ou mesmo escolhas infelizes que fizeram em suas vidas? Os pais têm culpa de tudo? Os pais são totalmente responsáveis por aquilo que o filho se torna quando cresce? Não, porque em certa altura da vida a pessoa pode fazer escolhas. Ela pode escolher aceitar, ou pode escolher ser diferente. Mesmo um pedófilo, criado por um pai pedófilo, que só sabe amar desse jeito torto, mesmo ele pode escolher tentar se controlar, tentar lutar contra seus instintos mais íntimos. Mas para que ele faça isso, é preciso que ele minimamente saiba que tenha essa opção. Se o adulto não sabe que tem a opção de escolher, ele acabará preso nos desejos de seus pais, e naquilo que ele acha que tem que ser.

Quando se fala em políticas sociais, acho mesmo que temos que criar regras, estabelecer leis, normas, tabus, etc. Mas falando no singular, no um a um defendido pela psicanálise lacaniana, sabemos que é utopia pensar no geral, na massa como todos iguais. E mais ainda, pensando no singular, podemos pegar aquele ser humano mais monstruoso e tentar entender sua história, seus motivos, suas batalhas. Com certeza ele será mais humanizado, mas será que conseguiria ser outra coisa? E o que a sociedade faz com eles? Lava as mãos! É fácil crucificar, difícil é nos perguntarmos que responsabilidade temos, como sociedade, na criação desses monstros. Por isso termino minha reflexão mostrando a importância de sempre voltarmos a nós mesmos a pergunta: No que EU sou responsável pelo que está acontecendo na minha volta? No que eu, quando crio meus filhos, reforço o preconceito? Será que minha postura em relação às leis regras é a mais correta, será que não sou muito irredutível com aquilo que acredito? Se todo mundo se voltasse para si, com certeza viveríamos melhor. Mas é muito mais fácil julgar, apontar dedos, crucificar monstros, sair por ai dizendo o que é certo e o que é errado. Difícil é tentar se colocar no lugar do outro, fazer as pessoas pensarem, e mudar a forma de agir dentro de sua própria casa.

Web Therapy

Com tantas séries abordando as diversas terapias que existem pelo mundo da psicologia, Web Therapy me chamou atenção pelo humor. Com Lisa Kudrow (Friends), e já com a primeira temporada completa, a série fala de uma terapia nada convencional, de apenas 3 minutos, online. E o melhor, é de graça e podemos assistir online.

 

http://www.lstudio.com/

 

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Os paradoxos da identidade – Colette Soller

Esse é um post que comecei a escrever no mês de junho de 2008 e até hoje não terminei. É um rascunho de post, na verdade. Mas fiquei com dó de apagar, e também fiquei com dó de não continuar. Mas, honestamente, um ano depois, nem me lembro mais o que eu queria com ele. Então vou postar só porque… Só pra não dizer que não fiz nada com ele. Só pra ele não entrar na lista dos textos nunca publicados. Desculpem a cara de texto mal acabado, sem correções gramaticais, e por vezes sem sentido, mas é exatamente isso que ele é, um texto não acabado.

 

 

Os problemas da identidade se resumem em dois eixos: da polícia, em identificar os culpados e indesejados; da ciência, nos progressos, como o dna, na busca de quem somos no dna; e dos indivíduos que se interrogam cada vez mais sobre sua identidade, por se inserir socialmente estar cada vez mais difícil para os sujeitos.

Na psicanálise o caminho é diferente. A identidade em psicanalise foi por algum tempo não considerado psicanalitico. Mas identidade é uma questão psicanalitica por exelencia. Se interroga o inconsciente, o sujeito do inconsciente, que é um sujeito desconhecido, significado pelas formações iconscientes, mas não sabemos quem e o que é. Desde o inicio em Freud, visava identificar o desejo do sujeito do inconsciente por isso essa questão é sim pertinente a psicanalise.

O cogito cartesiano não diz o que sou, não fala sobre identidade, fala sobre existência. Na sequencia que ele, Descartes se pergunta quem é.

Na psicanálise a questão está no inicio, senão não é psicanalise. Para fazer analise é preciso de um sujeito com sintomas, sintomas que representam um entrave. Portanto a questão latente na entrada é “o que sou enquanto esses sintomas?” Quem está em harmonia com seus sintomas (isso existe hoje?) este sim não tem questionamentos e não vai a analise.

“O que sou” essa é a questão de entrada de analise. O sujeito que vai a analise, conhece sua identidade social, mas o sintoma não está previsto na identidade social, e a analise começa questionando esse sujeito do sintoma, não ha paradoxos. O paradoxo vem depois, o sujeito é convidado a falar, que ele se represente pela fala e esse falar do analisando na verdade se procura o outro, a fala do sujeito do inconsciente. O paradoxo é que aquele que fala não pode fixar identidade pq não se fala sem estrutura da linguagem, e a propria linguagem é impropria para identificar, um significante só se determina em relação a um outro significante. E isso conduz que o significante representa o sujeito. “Vc diz isso, não há como retirar o dito, vc pode até negar o dito, mas não consegue desdizer”. Mas o significante dito so se presenta para outro significante, portanto o sujeito falante não está unificado na cadeia falante. Ele é sempre dois, e até mais que dois. E como unificar a identidade?

Paradoxo: procuramos a identidade com o instrumento improprio. Assim, os psicanalistas insistem no fato: o sujeito enquanto falta de identidade. É um sujeito que fala não identificado. O sujeito é um ser que é evanescente, está sempre em outro lugar. Está sempre correndo atras de uma identidade. Se vê na clinica, o analisante nunca sabe o que é e o que quer, as vezes vagamente tem uma noção que quer, as vezes vagamente tem uma noção do seu gozo. A análise pode dizer isso a ele? É o que ele espera.

Na vida, a questão da identidade também está na criança, no incio. Ela é acolhida no discurso dos pais, familiares, mas tem dois traços importantes: o discurso do Outro transmite prescrições, diz o que ela deveria ser para agradá-los, satisfazer os pais. Mas ao mesmo tempo os pais questionam “quem será que ele vai ser quando crescer?”

A questão da identidade está presente ja ai, desde criança, na forma de uma questão. Portanto na analise, esse ser sem identidade acaba se identificando, é natural. O que é uma identificação? É um substitutir da identidade, na identificação tomamos emprestados do outro caracteristicas que nos identificamos mais ou menos. Tomamos emprestados siginificantes do Outro. As primeiras identificações, imaginarias, de um modo geral nas neuroses são comandadas pela segunda. Pelo Outro, que orienta as identificações imaginarias. Essas identificações do Outro sao as identidades de alienação. Dá uma identidade por emprestimo, e o sujeito sabe disso, isso é o que Lacan chama de eu. Isso começa com o estadio do espelho, e em seguida vai se vestindo com emprestimos dos ideais do outro, do Outro.

As identificações de alienação são conformizantes? Podem ser, mas existem tbém as identificações em oposição ao significante do outro e essas são anti-conformizantes, mas são sempre de alienação.

O sujeito em analise, que se pergunta quem é, o que ele faz com suas identificações na analise? Ele as descobre, em parte, e as enumera. Algumas sao inconscientes e ele as declina. Lacan diz que na analise nos denunciamos essas identificações, percebemos que sao muito mais do Outro do que de si. Por isso a queda dos semblantes na analise, o que resta quando tiramos essas identificações do sujeito? Resta o vazio da questão da identidade, “o que sou”. Somente o vazio. O sujeito barrado. Essa é a resposta da analise , mas não é só isso. A analise nao termina ai com o vazio do sujeito. Onde encontrar o principio da identidade? Se existe uma resposta a essa pergunta, é porque na experiencia não ha só linguagemm e o sujeito nao é todo o individuo, mas o individuo é o corpo, que sustenta o suejito. Ele é um corpo que tem uma imagem, om orgnismo vivo, o proprio lugar e condição de gozo, e é dai que pode vir a resposta.

Qual é a relação do sujeito que está sempre em outro lugar, e do corpo que está sempre presente? Lacan responde hipotetizando que a substancia gozante do individuo é afetada pela linguagem, a linguagem é o operador que tem duplo efeito. Um efeito de sujeito suposto e efeito de modificação do que supomos ser nossas necessidades animais. O mesmo operador é causa do sujeito e do gozo do ser falante.

A linguagem tem duplo efeito sobre o gozo: a perda …

 

 

É acaba assim, pode? Vai saber como eu ia terminar isso… Enfim, esse texto foi baseado numa palestra que escutei da C. Soler aqui no Brasil, na USP, em julho de 2008.

Psicanálise e Narrativa

O livro do antigo (e eterno) super homem me inspirou a voltar a escrever. Cada inconsciente tem seus caminhos… Meu super herói favorito sempre foi o super homem, e até hoje assisto Smallville. Mas não foi só por isso que fiquei inspirada. O livro, “Ainda sou eu”, do C. Reeve mexeu comigo porque me mostrou o heroi que passou a existir nele depois que ele se tornou um deficiente físico.

 

Não vou contar aqui a história do livro, pois acho que todos deveriam ler. Acompanhar a narrativa da vida de uma pessoa que era “normal” e passou a ser alguém que nem respirar sozinho conseguia, essa narrativa todos precisam ter o prazer de acompanhar. Poderia ficar aqui horas falando sobre isso, porque me toca em outro assunto, das deficiências. Tenho uma teoria que só é inclusivo de verdade, na nossa sociedade, quem é deficiente ou quem tem um em casa. E lendo o livro dele tive mais essa confirmação. Mas essa assunto fica pra outro dia. Estou aqui hoje para falar da importância da narrativa na vida de uma pessoa.

 

Eu sempre disse que todas as vidas dariam um livro, um filme, uma novela. Porque todas as vidas são interessantes, cada uma na sua unicidade. Talvez esse tenha sido um dos motivos pelos quais eu escolhi ser psicanalista. Porque toda história, todo paciente é diferente do outro. As histórias podem ter nuances ou situações similares, mas nunca, nunca mesmo são iguais. E por isso são sempre interessantes. Por isso, acredito que a narrativa é importante na vida das pessoas, porque ao falar de si, de suas dificuldades, de tudo que passa, a pessoa consegue nomear suas dores, suas ansiedades, seus desejos, e organizar isso para si mesma. Mas, mas importante do que narrar sua propria história, está em escutar aquilo que narra. E ai entra a importância da psicanálise.

 

Quando contamos a nossa história, na verdade contamos a nossa versão de uma história. Por isso toda narrativa é uma ficção, porque não há de fato como saber como foram as situações passadas. Cada um que viveu um mesmo momento, anos depois, dias depois, ao recontar esse momento, reconta de formas completamente diferentes, dá até pra pensar que não é a mesma situação! É como se tivessemos dez cameras em focos diferentes numa festa, cada uma filmando uma cena completamente de um angulo diferente da outra, chega nem parecer tudo a mesma festa! Portanto, contamos, narramos a nossa vida por um perspecitiva só nossa, de como nós passamos pela situação x. Na análise, o primeiro passo é criar essa narrativa, dar espaço para o sujeito contar sua história, ou, em outras palavras, criar sua ficção pessoal de si mesmo. Um segundo passo, que vai para além do narrar, é fazer com que o sujeito consigo olhar a sua própria narrativa de outros ângulos, escutar o que diz de si, e perceber que certas coisas podem ser vistas e vividas de outras formas, tudo isso para que ele possa pensar seu presente e seu futuro de uma outra maneira.

 

Sinto que foi isso que C.Reeves fez em seu livro, e sinto que é isso que muitas pessoas fazem, todo dia, quando contam de si e de suas vidas. Elas tentam entender as dificuldades, e dar um sentido a isso na sua vida. Tentam se organizar, entender o seu passado e seu presente para poder viver melhor um futuro. Não é a toa que entramos em contato com as narrativas desde crianças. Lembram-se como as crianças adoram escutar histórias? E mesmo depois, quando crescemos, quando alguém conta algo de sua vida, adoramos encontrar similiaridades da nossa própria história com a história contada pelo outro, não é mesmo?

 

Mas a necessidade de criar uma narrativa de si não ocorre para todos. Em geral nos mais velhos, com a proximidade com a morte, que se veêm com tempo para repensar a vida, e, nesse caso, recontar pode significar reviver tudo que se conta. Mas a necessidade de criar uma narrativa também está em todos aqueles que passam por algum momento chocante na vida. Nesse momento, em geral, existe uma mudança de paradigma que balança as certezas das pessoas, fazendo com que elas se apeguem a sua história para descobrir quem são, para achar respostas, Doentes terminais, acidentados, parentes que perderam alguém, enfim pessoas em momentos específicos em que algo deixa de ter sentido. Que, aliás, são os motivos que, em geral, as pessoas procuram uma análise. Na grande maioria dos casos, não se procura uma análise quando tudo está bem.

 

A Narrativa, já ha algum tempo é campo de pesquisa acadêmica. Há polêmicas quanto a isso, assim como até hoje existem polêmicas quando se fala em Psicanálise no campo acadêmico. Deixando a polêmica de lado, para quem quiser saber um pouco mais sobre isso, recomendo o livro “Narrative Inquiry” organizado por J. Clandinin. Em muito o processo da pesquisa narrativa se assemelha ao processo clínico da psicanálise, mas em outras tantas elas se afastam. Estou conhecendo mais sobre a narrativa e volto quando tiver mais novidades.

 

Acabei de ler o livro do I.Yalom, “Mentiras no divã“, e, apesar de ser uma ficção, toca em pontos importantes do meio psicanalítico. Os psicanalistas devem se remexer em suas tumbas, ou melhor, em seus consultórios, quando leêm, e isso é ótimo! “Esqueça aquela bobagem sobre o paciente não estar pronto para a terapia! É a terapia que não está pronta para o paciente!” Pg. 18

Alguém quer comprar?

Desculpem um post como esse, mas nunca sabemos quem está interessado em comprar o que vendemos, então… ai vai. Prometo que não faço mais!

 

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As ideias de DW Winnicott
Alexander Newman – 40,00
Natureza Humana
D W Winnicot – 20,00
Psicopatologia e Semiologia dos transtornos mentais
Paulo Dalgalarrondo – 35,00
Introdução ao método de rorschach
Ana Maria Teresa – 15,00
INtrodução a psicanálise – Melanie Klein
Ryad Simon – 20,00
INtrodução a obra de Melanie Klein
Hanna Segal – 10,00
The piggle – Relato do tratamento psicanalitico de uma menina
D W Winnicott – 20,00
Temperamento forte e bipolaridade
Diogo Lara – 15,00
Origens do totalitarismo 50 anos depois
Org. Odilio Alves Aguiar – 18,00

 

 

alinesieiro@gmail.com

Devagar e sempre

Bom, sai de férias e não voltei até hoje né? Sorry! Ando lendo muito, Lacan, Quinet, Soler, e por ai vai… Porque para escrever direito é preciso ler muito e estudar!

Assim, prometo que estarei de volta em breve! Enquanto isso deixo com vocês um video sobre Lacan e a topologia. É o que chamamos de último Lacan. Ele dedicou os últimos Seminários a topologia, e ao RSI. Na minha opinião é o melhor Lacan, mas também o mais difícil!

http://www.youtube.com/watch?v=ewa-WUK1z8shttp://www.youtube.com/watch?v=ewa-WUK1z8s

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Filmes de férias

Charlie Bartlett é um filme que parece bobo, mas tem muitas cenas ótimas e acaba sendo um filme muito interessante! Conta a história de Charlie, um garoto que se coloca como psiquiatra da escola, prescrevendo remédios aos amigos e fazendo sessões de escuta no banheiro da escola.

http://www.cinepop.com.br/filmes/charliebart.htm

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Savage Grace, esse filme foi um choque pra mim, e acho que pra muita gente.  Dizem que as pessoas começam a sair das salas de cinema no meio do filme, e eu mesma parei de assitir o filme no meio, e só continuei no dia seguinte. O filme conta uma história real de uma familia desestruturada, que está cercada de sexualidade, incesto e homossexualidade. E se você pensa que são cenas só de provocação, pense melhor, porque o incesto de fato ocorre!!! Chocante, e muito bom!

http://www.omelete.com.br/cine/100009070/Savage_Grace___Mostra_Internacional_de_Cinema_de_Sao_Paulo.aspx

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Recomendações

Saí um pouco das férias familiares só para recomendar dois artigos muito interessantes que li hoje. Um deles fala sobre a discussão do que é ou não é ciência, que aliás, é uma discussão que sempre envolve a psicanálise, que não se encaixa nos métodos ditos empíricos. http://www.ieppi.org.br/artigosint.asp?id=57 O outro fala um pouco da neurociência, a nova moda do momento. http://www.ieppi.org.br/artigosint.asp?id=59

Me lembrei também de recomendar o livro da Roudinesco, “Por que a Psicanálise”, para aqueles que querem conhecer um pouco de psicanálise, e também para aqueles que se perguntam se a psicanálise ainda é pertinente num mundo cheio de remédios e outras “soluções”.

Em agosto estou de volta! Até mais.

Sobre o V Congresso dos Fóruns do Campo Lacaniano

Sim, eu fui. Essa semana foi pesada e cheia de infomações interessantes. Anotei muita coisa e tenho muitas coisas para contar e transmitir! Mas depois de uma semana só pensando em psicanálise, estou transbordando Lacan, e por isso um pouco cansada. Depois de aproveitar um pouco as férias dos meus filhos, venho contar tudo que vi e vivi. (hahahah!) Só postei sobre a revista porque estava já na minha cabeça antes do congresso, e acho que é preciso falar das urgências em seus momentos! Ainda não me decidi se ando muito atrevida nas minhas criticas ou muito inocente e utópica nos meus cutucões, mas provocar movimento é sempre bom! Até mais!

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