I remember you.Open your eyes.
Open your eyes.
Open your eyes, David.
Somebody died. It was me.
Relax David, Open your eyes…
CLEMENTINE Do you know The Velveteen Rabbit? JOEL No.
CLEMENTINE It’s my favorite book. Since I was a kid. It’s about these toys. There’s this part where the skin Horse tells the rabbit what it means to be real. I can’t believe I’m crying already. He says, “It takes a long time. That’s why it doesn’t often happen to people who break easily or have sharp edges, or who have to be carefully kept. Generally by the time you are Real, most of your hair has been loved off, and your eyes drop out and you get loose in the joints and very shabby. But these things don’t matter at all, because once you are Real you can’t be ugly, except to people who don’t understand.”
Os momentos mais íntimos de um casal não são os sexuais. São os momentos de entrega, em que um se permite ser visto como quem realmente é, sem mascaras, com fraquezas, defeitos e ainda sim seja capaz de ter ver com admiração. É olhar o podre dentro de cada um, e continuar sendo capaz de ver também o belo. Isso é muito íntimo, e dificil.
Hoje em dia é mais facil ver só a beleza externa, o sexo facil, e trocar de parceiro como se troca de calcinha. Òtimo, nao vamos julgar, afinal cada um vive como pode, não é mesmo. Mas a beleza do momentos de intimidade de um casal ninguém conseguiu ainda substituir. Como aquela cena do filme Brilho Eterno de uma Mente sem Lembraças, em que Clem diz pra Joel como se sentia feia quando criança, e como tem medo de ser feia. Tudo que ela quer é alguém que possa a enxergar, e ver sua beleza.
Vou achar o texto.
Perfume: the story of a murderer é um filme fantástico. A história é fantástica. O cara é um psicótico, mas tem uma lógica própria de funcionar e entender o mundo. E mostra como tem importância sim o momento do nascimento e os primeiros anos de vida.
Ele nasceu no meio dos peixes, na sujeira, na imundice. E cheiro de peixe a gente sabe bem o quanto horrivel é, imagina num lugar que já não é nada limpo. E não é que ele cresce tentando descobrir a essencia das coisas? É um duplo sentido, pois ele quer sentir a essência, o cheiro das coisas (e não do peixe), e quer descobrir aquilo que ele sente que não tem, a essencia de si mesmo.
Obcecado pelos cheiros, e com uma facilidade imensa de distinguir uma essencia da outra, finalmente tem contato com aquilo que é belo, bonito, uma essência bonita. E na sua ansia de manter aquilo nele, mata a primeira coisa que poderia dispertar nele algo de bom. O primeiro cheiro que talvez o fizesse valorizar a vida e esquecer o (maldito) cheiro de peixe, cheiro do desprezo. E a linha tênue entre vida e morte então, pra ele não existe, já que pra ele viver foi simplesmente algo que aconteceu ao acaso, sua vida não foi desejada. Tão próximo da morte, ele entende que deve ser nesse ultimo momento que a essencia de uma pessoa pode ser preservada pra sempre. E é quando percebe que ele mesmo não tem cheiro, ele mesmo não tem essência, ele já está morto. Passa então a buscar loucamente uma essencia primeira, aquela que seria capaz de devolver-lhe a vida, de colocar-lhe numa posição desejavel, e pela primeira vez ser desejado por alguem. Mas ele não percebe que quer ser desejado e visto como sujeito pelas essencias que ele não tem, são as essencias de outros!!! E, de fato esse dia chega, o dia em que ele capta essa essencia capaz de tornar uma pessoa desejavel, sujeito, alguem, tudo que ele nunca foi. Mas, qual é sua surpresa, pois, depois que ele se dá conta que chegou onde queria, ele continua se sentindo o mesmo. Ele continua sendo visto por todos da mesma forma como sua mãe o viu, como alguém desprezivel. Ele ainda não é ninguem, ele ainda não se encontrou, porque afinal, estava procurando no lugar errado.
O impressionante desse filme, além da história em si, é ver como funciona a mente dele. Nada é obstáculo para o seu objetivo, e ele não vê a morte como algo horrivel, primeiro porque ele já se sente morto-vivo, segundo porque a pessoa-copro morria, mas sua essencia era preservada viva.
E porque estou falando de tudo isso hoje? Porque a gente passa a vida procurando essa essencia de nós mesmos. E é uma busca que não tem fim, e é necessária porque é assim que nos conhecemos. Mas a verdade é que esse caminho é infinito. Não chega um dia no qual encontramos de fato a verdade absoluta de nós mesmos. Porque isso não existe! Essa verdade é inconstante, está sempre em movimento. Hoje está em ir ao cinema, amanha está em trabalhar, depois está em ser mãe, e mais a frente estará em outra coisa qualquer. E as pessoas deprimem muito hoje em dia porque, ao perceber a impossibilidade de encontrar-nos a nos mesmos de forma absoluta, ficamos presos, estagnados, sem conseguir nos mexer. E ficamos nos sentido como estátuas, presos numa impossibilidade, e sem ser capaz de criar outros caminhos para o futuro. E enquanto isso assistimos a vida passar, e assim o sofrimento só aumenta. Ou chega a tal ponto de anestasiar, e não sentimos mais nada em relação a nada. Que perigo!!!
Estar sempre em movimento, esse é o segredo, e talvez essa seja algo mais próximo da verdade absoluta. O nosso desejo tem que estar sempre em movimento, sempre atrás de possibilidades de realização. Assim não nos fixamos nas impossibilidades e podemos ser criativos e livres para sermos sujeitos de nós mesmos.
Outro dia estava passando na TV, de novo, Vanila Sky. E de novo eu não consigo não ver. Este, e Brilho Eterno de uma mente sem lembranças são filmes que capturam minha atenção. Tenhos os dois, mas se vejo passando na tv, não consigo não ver. Por que? É impressionante a tentativa do ser humano em não ter que dar conta de suas feridas narcisicas. Primeiro a gente tenta inventar um SuperHomem, alguém que não morre, e ainda por cima é capaz de salvar todo mundo. O sonho de todo ser humano. Mas ele não faria tanto sucesso se não se parecesse de fato com um ser humano, então para isso ele tem uma fraqueza. E é exatamente essa fraqueza que o aproxima tanto de nós. Passada a fase super-héroi, começamos a tentar inventar máquinas ou coisas que nos permitisse viver a vida do jeito que gostaríamos que ela fosse, sem coisas ruins. E é ai que entram os dois filmes. Que maravilha seria, ao ter um problema, você simplesmente se congelar, e assim poder sonhar o sonho mais perfeito pra sempre. Mas vamos analisar de perto essa situação. Quando a gente tem um problema, a probabilidade de sermos responsaveis pela existencia dele é quase de cem por cento. Então o pior não é você ter o problema, mas você ter que admitir que você o tem porque você mesmo o causou. Então, o que as pessoas fazem? Culpam o mundo, culpam qualquer coisa, menos elas mesmas. Uma vez que o problema já existe, é muito dificil lidar com ele, então não é mais facil criar uma realidade paralela onde você não precisa pensar nem lidar com o problema? Você simplesmente se congela, e escolhe exatamente o que quer viver,e assim ser feliz pra sempre. Mas, não se esqueçam, somos seres humanos. E por mais que não entedemos nossa cabeça, ela funciona além dos nossos desejos! Então você está lá, vivendo essa realidade paralela, mas algo dá errado. Algo vem pra te mostrar que aquilo também não é perfeito como você gostaria. Algo vem te mostrar que mesmo os nossos desejos mais profundos também podem ser horriveis de ser vividos. O que me lembra do segundo filme. O ser humano não gosta de sofrer, mais o sofrimento é inerente a nossa evolução. É por sermos capazes de, frente a um sofrimento, aprender seguir adiante, que evoluimos. Somos capazes de olhar para trás, enxergar nossos erros, aprender com eles, e poder viver o futuro de uma maneira melhor. Mas imagine se realmente inventassem uma maquina que apaga memorias? Que absurdo! Bom, você não teria que lidar com a dor de uma separação, com as frustrações da vida, como o fato de que nem todo mundo gosta de você como você gostaria, mas, o que seriamos capazes de aprender com isso? Seriamos eternamente errantes. Repetiriamos sempre os mesmos erros e assim sofreriamos sempre. Seriamos escravos de uma máquina, e de nós mesmos, de nossos erros. Então, quando vejo esses filmes, não consigo não assisti-los, e por que? Porque ainda é impresssionante como eles remetem a nossa vida real, na qual desejamos e pesquisamos ferozmente pra que essas engenhocas existam, e o perigo de que um dia elas possam existir me assusta um pouco. Será que não vale a pena sofrer, mas ser capaz de lembrar também todas as coisas boas da vida? Será que não vale a pena ter problemas exatamente porque somos capazes de resolve-los e ficarmos extremamente contentes com o rumo que toma a nossa vida quando somos nós quem decidimos o que quereremos do futuro? Será que o ser humano prefere ser objeto de sua vida, e não sujeito? E o preço que se paga? O triste e olhar para tudo isso e perceber que, como ainda não temos essas máquinas, temos outras coisas que nos afatam de nós mesmos e da vida. A internet, os remedios, os vicios, enfim, muitas coisas que nós mesmos inventamos para criar nossas realidades paralelas. E enquanto nos afastamos da vida, outros assumem nossos lugares e tomam decisões malucas pelo mundo e pa sociedade, e ai a gente vive essa caos que vivemos. E ai achamos mais um motivo pra continuar na nossa realidade paralela, afinal, o mundo está um caos. É um ciclo vicioso, e o ser humano nunca se implica nisso. Nossos atos sempre tem consequencias, inclusive quando a gente se retira para o nosso mundinho. Como dispertar a vontade de viver nessa multidão de pessoas que vivem suas realidades paralelas? Como mostrar que viver vale a pena, sofrer também vale a pena, e ser sujeito da sua propria vida pode ser muito gratificante? É a metáfora do sapo, ele sai e vê que o mundo é lindo, mas como voltar e convencer o outro que não quer sair? Temos esse direito? Ou mais, esse é nosso dever? Então, para celebrar o quanto é bom viver, recomendo o filme (que ainda não sei o nome em Português) Scenes of a sexual nature. É um filme que celebra as pequenas coisas da vida, os pequenos momentos, as brigas, os desencontros, os encontros, as escolhas que fazemos, enfim, um pouco de tudo. Recomendo também Stranger than fiction que mostra como é possivel nos tornarmos sujeito de nossas vidas mesmo quando já parece tarde, e como isso pode ser gratificante!
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