Categoria: Educação (Page 8 of 8)
Esse é um post que comecei a escrever no mês de junho de 2008 e até hoje não terminei. É um rascunho de post, na verdade. Mas fiquei com dó de apagar, e também fiquei com dó de não continuar. Mas, honestamente, um ano depois, nem me lembro mais o que eu queria com ele. Então vou postar só porque… Só pra não dizer que não fiz nada com ele. Só pra ele não entrar na lista dos textos nunca publicados. Desculpem a cara de texto mal acabado, sem correções gramaticais, e por vezes sem sentido, mas é exatamente isso que ele é, um texto não acabado.
…
Os problemas da identidade se resumem em dois eixos: da polícia, em identificar os culpados e indesejados; da ciência, nos progressos, como o dna, na busca de quem somos no dna; e dos indivíduos que se interrogam cada vez mais sobre sua identidade, por se inserir socialmente estar cada vez mais difícil para os sujeitos.
Na psicanálise o caminho é diferente. A identidade em psicanalise foi por algum tempo não considerado psicanalitico. Mas identidade é uma questão psicanalitica por exelencia. Se interroga o inconsciente, o sujeito do inconsciente, que é um sujeito desconhecido, significado pelas formações iconscientes, mas não sabemos quem e o que é. Desde o inicio em Freud, visava identificar o desejo do sujeito do inconsciente por isso essa questão é sim pertinente a psicanalise.
O cogito cartesiano não diz o que sou, não fala sobre identidade, fala sobre existência. Na sequencia que ele, Descartes se pergunta quem é.
Na psicanálise a questão está no inicio, senão não é psicanalise. Para fazer analise é preciso de um sujeito com sintomas, sintomas que representam um entrave. Portanto a questão latente na entrada é “o que sou enquanto esses sintomas?” Quem está em harmonia com seus sintomas (isso existe hoje?) este sim não tem questionamentos e não vai a analise.
“O que sou” essa é a questão de entrada de analise. O sujeito que vai a analise, conhece sua identidade social, mas o sintoma não está previsto na identidade social, e a analise começa questionando esse sujeito do sintoma, não ha paradoxos. O paradoxo vem depois, o sujeito é convidado a falar, que ele se represente pela fala e esse falar do analisando na verdade se procura o outro, a fala do sujeito do inconsciente. O paradoxo é que aquele que fala não pode fixar identidade pq não se fala sem estrutura da linguagem, e a propria linguagem é impropria para identificar, um significante só se determina em relação a um outro significante. E isso conduz que o significante representa o sujeito. “Vc diz isso, não há como retirar o dito, vc pode até negar o dito, mas não consegue desdizer”. Mas o significante dito so se presenta para outro significante, portanto o sujeito falante não está unificado na cadeia falante. Ele é sempre dois, e até mais que dois. E como unificar a identidade?
Paradoxo: procuramos a identidade com o instrumento improprio. Assim, os psicanalistas insistem no fato: o sujeito enquanto falta de identidade. É um sujeito que fala não identificado. O sujeito é um ser que é evanescente, está sempre em outro lugar. Está sempre correndo atras de uma identidade. Se vê na clinica, o analisante nunca sabe o que é e o que quer, as vezes vagamente tem uma noção que quer, as vezes vagamente tem uma noção do seu gozo. A análise pode dizer isso a ele? É o que ele espera.
Na vida, a questão da identidade também está na criança, no incio. Ela é acolhida no discurso dos pais, familiares, mas tem dois traços importantes: o discurso do Outro transmite prescrições, diz o que ela deveria ser para agradá-los, satisfazer os pais. Mas ao mesmo tempo os pais questionam “quem será que ele vai ser quando crescer?”
A questão da identidade está presente ja ai, desde criança, na forma de uma questão. Portanto na analise, esse ser sem identidade acaba se identificando, é natural. O que é uma identificação? É um substitutir da identidade, na identificação tomamos emprestados do outro caracteristicas que nos identificamos mais ou menos. Tomamos emprestados siginificantes do Outro. As primeiras identificações, imaginarias, de um modo geral nas neuroses são comandadas pela segunda. Pelo Outro, que orienta as identificações imaginarias. Essas identificações do Outro sao as identidades de alienação. Dá uma identidade por emprestimo, e o sujeito sabe disso, isso é o que Lacan chama de eu. Isso começa com o estadio do espelho, e em seguida vai se vestindo com emprestimos dos ideais do outro, do Outro.
As identificações de alienação são conformizantes? Podem ser, mas existem tbém as identificações em oposição ao significante do outro e essas são anti-conformizantes, mas são sempre de alienação.
O sujeito em analise, que se pergunta quem é, o que ele faz com suas identificações na analise? Ele as descobre, em parte, e as enumera. Algumas sao inconscientes e ele as declina. Lacan diz que na analise nos denunciamos essas identificações, percebemos que sao muito mais do Outro do que de si. Por isso a queda dos semblantes na analise, o que resta quando tiramos essas identificações do sujeito? Resta o vazio da questão da identidade, “o que sou”. Somente o vazio. O sujeito barrado. Essa é a resposta da analise , mas não é só isso. A analise nao termina ai com o vazio do sujeito. Onde encontrar o principio da identidade? Se existe uma resposta a essa pergunta, é porque na experiencia não ha só linguagemm e o sujeito nao é todo o individuo, mas o individuo é o corpo, que sustenta o suejito. Ele é um corpo que tem uma imagem, om orgnismo vivo, o proprio lugar e condição de gozo, e é dai que pode vir a resposta.
Qual é a relação do sujeito que está sempre em outro lugar, e do corpo que está sempre presente? Lacan responde hipotetizando que a substancia gozante do individuo é afetada pela linguagem, a linguagem é o operador que tem duplo efeito. Um efeito de sujeito suposto e efeito de modificação do que supomos ser nossas necessidades animais. O mesmo operador é causa do sujeito e do gozo do ser falante.
A linguagem tem duplo efeito sobre o gozo: a perda …
…
É acaba assim, pode? Vai saber como eu ia terminar isso… Enfim, esse texto foi baseado numa palestra que escutei da C. Soler aqui no Brasil, na USP, em julho de 2008.
É de causar espanto o número de pessoas que entram no meu blog procurando coisas como: como clinicar, como ser psicanalista clínico, como atender em psicanálise, coisas desse tipo. Acho importante falar um pouco disso porque eu mesma já passei por isso. Acho que a gente sai da faculdade com um pensamento, que tem muito esse formato de receita de bolo, e ai começamos a estudar um pouco mais a psicanálise e também achamos que vamos encontrar um modo de usar.
Bom, se você procura uma profissão que tenha um manual de utilização, então a psicanálise não é a profissão para você. Digo isso, porque a psicanálise é muito subjetiva. Não vou aprofundar essa questão, pois poderia ficar horas discutindo aqui sobre a subjetividade. Posso até estar exagerando, pois algumas linhas psicanalíticas até tem algo próximo a uma receita de bolo. Mas falando aqui da psicanálise lacaniana, que não deixa de ser freudiana, entramos novamente na história da subjetividade.
Sim, a gente estuda muito, aprende muito sobre coisas gerais. Mas tudo pra servir de base para o singular. Basicamente se defende que casa pessoa é única em sua história e experiências pessoais, e apesar de algumas histórias serem bem parecidas com as de outras pessoas, ainda sim é singular, porque ainda sim terá sua especificidade nos detalhes (redundante, mas é para enfatizar!). Partindo daí, não dá pra fazer um manual de instruções. Não dá pra criar uma receita de como ser psicanalista, ou de como atender psicanaliticamente. Cada caso é um caso. O que a teoria faz é te dar suporte e te preparar na medida do possível (ou do impossível!) para o que você pode encontrar na clínica.
Por isso que a formação de um psicanalista é tão demorada e tão complexa. Porque não é exata, ela está baseada, acima de tudo, na própria analise pessoal do analista, e isso não tem data de começo e fim, e não tem fórmula. E é por isso que existem tantos falsos psicanalistas, porque uma área tão subjetiva dá margem a bagunça, e esse talvez seja nosso calcanhar de Aquiles. É verdade, e admito isto aqui. Mas a formação do psicanalista não é oba-oba, e cada psicanalista não faz o que quer no seu consultório, isso já é bagunça. A formação, que inclui a analise pessoal, supervisão dos casos e grupos de estudo é exatamente desta forma para ser o mais completa possível. A análise pessoal nos permite estar aptos a cuidar dos outros, porque primeiro já cuidamos de nós mesmos. Como cuidar da especificidade do outro, como dar conta das questões do outro, quando não cuidamos nem das nossas?
Os estudos e a supervisão tentam dar conta e embasar o que é a psicanálise, o que ela se propõe, como ela tenta trabalhar, como as estruturas clínicas existem e operam, e como tudo isso pode acontecer na singularidade de cada caso. Como lidar com tudo isso na prática, como estar sempre preparado para o diferente, enfim, tudo isso é levado em conta na formação. É importante poder estudar casos já atendidos, que servem de exemplo do que pode acontecer na clínica. Esses exemplos servem de base para reformular teorias, ou reafirmá-las, enfim, vai se construindo ao longo da formação uma base pessoal de como estar preparado para receber pacientes.
Esse é um assunto muito discutido, daria pra desenvolver muitos tópicos e subtópicos. A questão central deste post, é que não existe manual de instruções para ser psicanalista, não existe um modo de fazer. [Talvez exista um manual do que não fazer (hahaha)!] Mas isso não significa que é bagunça, que é farra, e que se faz qualquer coisa no consultório, pelo contrário, significa que temos que estudar muito pra dar conta dessa enorme subjetividade que nos prestamos a dar conta quando escolhemos a psicanálise por profissão.
Por isso, se você se interessa pela psicanálise, o ideal é procurar um local especializado ou grupos de estudos sobre o assunto. Em São Paulo temos escolas ligadas a várias linhas e abordagens, que fazem especializações, ou mesmo grupos de estudos e cartéis. Para quem é iniciante, conhece pouco de psicanálise e quer conhecer mais, tem o CEP Centro de Estudos Psicanalíticos, que têm vários mini-cursos, palestras, e até mesmo a especialização em psicanálise. O Clin-a também tem um curso de formação em psicanálise, para quem está começando a ler Freud. Já o Fórum do Campo Lacaniano também tem formação, cartéis, cursos e palestras, mas para quem já tem um conhecimento um pouco mais avançado de Freud e Lacan. Joga no Google que você acha os sites!
Ah, e claro, antes de tudo, leiam Calligaris, Cartas a um jovem terapeuta, dá uma idéia boa pra quem está interessado e não sabe bem por onde começar, e também pra quem já começou e não sabe bem o que fazer.
Ver televisão aberta, no Brasil, mostra o quanto a população em geral está distante de discutir questões de extrema importância social. Hoje, no Jornal Nacional, do Globo (que supostamente teria mais verba, portanto um melhor conteúdo) passou o segundo programa sobre Tecnologia e Educação no Brasil, e os outros passarão durante o restante da semana. Algumas frases me marcaram e vou explicar por que:
1. Bibliotecas inteiras, cheias de enciclopédias estão abandonadas, porque ficou mais fácil usar o computador. É o que os alunos mais gostam (Ctrl+c Ctrl+V).
1. A internet (e o Ctrl+C Ctrl+V) torna a população mais medíocre.
2. O governo está dando computadores aos alunos. Cabe a escola ensinar aos alunos como usá-lo. Cabe a escola fazer sua mágica.
Em primeiro lugar, me espanta a Rede Globo dedicar uma reportagem de forma tão negativa em relação à Tecnologia. Afinal, nada é absoluto. A internet, como tudo na vida, por ser bom e também ruim. Então porque uma reportagem pra dizer das coisas negativas na internet? Em um momento em que a Educação está tão ultrapassada, o uso da tecnologia vem para ajudar a Escola a correr do atraso que sofre ha anos. Correr atrás dos alunos que cada vez menos querem ir à escola. Correr atrás dos alunos que cada vez mais interrogam os conteúdos passados a eles na escola e querem entender porque precisam aprender o que aprendem, e se não entendem, abandonam a escola. Então, repito, por que receber a Tecnologia de forma tão negativa?
Tudo que é novo assusta. Tudo que é diferente assusta. Tudo que pede um movimento de mudança assusta. O ser humano é assim. Mas até ai pregar negativamente sobre isso em horário nobre já são outros quinhentos. Meu palpite? A Rede Globo e Lula nunca se bateram, isso não é novidade. Então quando finalmente ele começa a liberar os computadores para cada aluno, é preciso achar alguma coisa de negativo nisso, não é mesmo?
Mas, voltando a reportagem em si, eles fazem questão de mostrar uma biblioteca velha, cheia de pó, com enciclopédias mais velhas ainda, e ainda enfatizam que isso é um desperdício. Como se preferir a internet fosse ruim!!! Pelo contrário! Em um post aqui mesmo no meu blog, defendi como a internet pode ser usada de forma a ajudar as pesquisas (não vou nem repetir a parte todo do beneficio aos alunos deficientes). Antes tínhamos sim que ficar nas bibliotecas, espirrando e demorando décadas pra achar uma informação em uma enciclopédia, informação essa que tinha 100% de chance de estar defasada!!! Hoje existem bibliotecas on line, ou seja, todo conteúdo de uma biblioteca está na internet, o aluno não precisa sair de casa para pesquisar, e ainda consegue estudar uma informação atualizada, consegue ainda entender o caminho da informação. Isso não é fantástico?? O aluno pode até mesmo entrar em contato com o autor da informação e fazer sua pesquisa muito mais rica. O que há de ruim nisso?
Ai vem a desculpa que todo mundo usa: Ah, mas ai eles acabam é só copiando, afinal, tá tudo ali fácil na internet. Depois de gargalhar aqui em casa, rebato lembrando que os alunos SEMPRE copiaram. Os alunos copiões hoje copiam da internet, é verdade, mas antes copiavam do amigo, copiavam dos próprios livros. Copiar não é de hoje e não veio com a internet. Então o buraco é mais embaixo. Ha muito tempo se copia, e ai temos que entender por que e não colocar a culpa na internet como se isso fosse um evento que começou a ocorrer junto com ela.
Repito do meu post anterior: os alunos copiam porque não sabem fazer pesquisa. Os alunos copiam porque os professores não sabem fazer pesquisa e não ensinam aos seus alunos. Então, é culpa da internet que a população está mais medíocre? Ah, tenha dó. A internet é exatamente o meio de chegar na população e fazê-la ser menos medíocre. Porque hoje tem lan house em cada esquina, onde se paga um real pra ficar uma hora. Tá mais barato ficar uma hora na internet do que comprar livro, ir ao cinema e escutar música.
Ai pra terminar e fechar com chave de ouro, vem o fulano de tal do governo, e diz que o uso da internet depende da escola. Será bom ou ruim dependendo da escola. Isso é totalmente verdade. Mas ai ele vem dizer que isso é mágica? Que mágica? Isso é treinamento. E agora vou defender os professores. Como que se exige que um professor receba bem a tecnologia e ainda ensine pro seu aluno se ele mesmo não sabe nada ou quase nada daquilo???É mais provável que o aluno ensine o professor, do que o inverso. Então como o professor pode ensinar as coisas boas do uso da internet se nem ele mesmo sabe? Como ele pode ensinar os sites de pesquisa, como pesquisar, se ele nunca viu, se nem ele sabe que isso existe? Isso não é mágica. O professor tem que ser treinado, tem que ter um computador na sua casa também, para aprender como usar a ferramenta e a internet. Só ele se sentindo bem e confortável para ensinar alguma coisa para o aluno.
Agora, junta tudo isso que eu falei, por que isso não foi o tema de reportagem? Porque o tema tem que ser sempre contra a tecnologia? Tudo na vida pode alienar ou agregar. Basta saber como. E isso não é mágica. Só faltam começar a dizer que a internet é coisa do demônio…
Desde semana passada acordei pensando em fazer um podcast de Psicologia. Explico. Sempre critiquei a forma como a Psicanálise deixa de lado a internet e a tecnologia de forma geral. Entendo as dificuldades de fazer tal inclusão, mas como já disse em post anteriores, enquanto não aprendemos a usar nosso lugar, outros usam para outras coisas nem sempre boas. Cito o caso que postei do menino que estava em análise, mas usou a internet para se suicidar.
Pensando nisso, estou há meses tentanto achar uma forma de entrar na internet. Escrever um blog sobre isso é interessante, mas já existem muitos bons blogs sobre o assunto, e nos dias de hoje as pessoas não tem tanto tempo assim pra parar todas as semanas e ler um blog. Meu marido sempre fala muito de podcast, ele mesmo tem uma vida agitada, nunca consegue parar pra ler um livro, ou mesmo ler os textos interessantes que estão nos feeds dele. Mas ele escuta sempre podcast, toda semana, porque pode escutar enquanto vai e volta do trabalho, até mesmo quando vai no banheiro ou faz outras atividades. Por isso comecei a pensar que fazer um podcast pode ser uma coisa interessante para entrar com a Psicanálise na internet.
A idéia é fazer uma coisa aberta, não só pra quem é psicanalista, mas com um foco maior para estudantes de psicologia, ou mesmo pessoas que não sabem o que é psicologia e psicanalise e tem interesse de saber.
Procurando no google para ver se já havia alguma coisa nesse sentido, não achei nada (pode??), só achei esse post falando sobre um assunto, de alguém que também está pensando em fazer algo do gênero. http://kanzlermelo.com/2008/05/25/voce-conhece-um-podcast-brasileiro-sobre-psicologia/#comment-125
Bom, vou amadurecer esta idéia, mas se alguém tiver uma sugestão, será bem vinda.
A pesquisa em Psicologia tem hoje diversas áreas, e nessas áreas diversas abordagens muito diferentes. Falando em áreas, temos a hospitalar/psiquiátrica ou não, clínica, social, escolar e do desenvolvimento humano, de recursos humanos, do esporte, jurídica, da sexualidade e muitas outras que cada dia surgem mais. As mais populares nas universidades costumam ser social, escolar/desenvolvimento humano e clínica. Nas universidades em hospitais ficam as pesquisas na área hospitalar.
Além desse ramo gigantesco de áreas, ainda temos outra divisão, dentro de cada uma delas, quando a abordagem. As três grandes áreas são Cognitivo-Comportamental, Fenomenológica e a Psicanálise. Ainda, dentro de cada uma delas existe outro leque gigante de subdivisões. No caso da Psicanálise, as pesquisas acadêmicas não têm muito tempo, até por certa dificuldade em se fazer pesquisa sobre a clínica. Mas já algum tempo as pesquisas em psicanálise são feitas não só na clínica, como também nas outras áreas, como social, escolar e hospitalar. Na área hospitalar a dificuldade é maior, pois existe uma prevalência da linha Cognitivo-Comportamental, que combina mais com a forma de pesquisar dos médicos.
Em Psicanálise, as duas grandes subdivisões sãos as abordagens de origem Inglesa e Francesa. Quem faz psicanálise inglesa está acostumado com autores como Melanie Klein e Winnicot. Já na Psicanálise Francesa estuda-se Jacques Lacan e os muitos outros que seguiram suas idéias. Freud é comum a todas as linhas psicanalíticas, mas cada um destes autores abriu novos modos de trabalhar a partir daquilo que Freud deixou. Além dessas duas grandes linhas, temos também os Jungianos, que muitos não consideram e nem chamam de psicanálise pela forma como este abriu portas a idéias que misturavam um pouco de religião e coisas místicas. Mas a contribuição dele no começo do estudo da psicanálise é sempre reconhecida.
As pesquisas em Psicanálise Clínica são hoje as mais disputadas nas universidades de SP, mas antes eram as menos requisitadas. Essa mudança ocorreu porque, no começo, a área clinica estava mais preocupada em atender do que em produzir textos, artigos, e com isso as pesquisas ficaram defasadas em relação as outras áreas, social e escolar. Mas há cerca de dez anos a área vem mudando, e produzindo muitos doutores, mestres, e assim artigos e teses, e por isso hoje é muito disputada nas universidades. Porém, para que se faça pesquisa em clinica, é necessário experiência na clinica, como analista. A exigência do tempo varia de universidade para universidade, mas gira em torno de dois anos. Nessa área também se exige muito um conhecimento do autor a ser usado como base para pesquisa, e por isso a seleção para este área costuma ser considerada mais difícil.
Na área de social, a psicanálise costuma desenvolver os trabalhos junto com a filosofia. As pesquisas costumam fazer um diálogo entre um autor psicanalítico e um filósofo, independente do tema. Alias, a presença da filosofia no estudo e na pesquisa em psicanálise está sempre muito presente. Na área social, a idéia de pesquisa é um pouco diferente da clínica, que pensa no singular, pois aqui a idéia é pensar, na sociedade, nos grupos, nos sujeitos como um todo. Exatamente por caminhar junto com a filosofia, também se vê aqui estudos com a metapsicologia, sobre a história da psicanálise, e sobre os movimentos contemporâneos da sociedade, como capitalismo, globalização, entre outros.
Na área escolar e do desenvolvimento humano, os trabalhos tem temas mais amplos, já que a realidade escolar também é muito ampla. Podem ser feitos trabalhos e discussões sobre a escola, sobre os professores, sobre a construção do saber, enfim, muitos são os temas possíveis. O mesmo vale para a área de desenvolvimento humano, que tem projetos da infância, de todas as fases da vida, e com as abordagens de autores desenvolvimentistas, mas também psicanalíticos.
É importante destacar que, na área hospitalar e/ou na linha Cognitivo-Comportamental, é grande ainda o número de pesquisas quantitativas, mas existe uma luta das outras áreas para que isso mude, principalmente da psicanálise clinica, para que as pesquisas sejam qualitativas. Isso porque se defende a idéia de que, o sujeito, sendo único, a e pesquisa também será única. Esse talvez seja um dos grandes desafios da pesquisa em psicanálise clínica. Na área hospitalar também é grande o estudo da psicossomática. A psicossomática tem diversas abordagens, e ai também está presente a psicanálise, mas com outro olhar, diferente do olhar da medicina.
Diante de tanta diversidade, acredito que, antes de escolher um tema de pesquisa e área, é preciso que o aluno escolha a abordagem e o autor que mais combinem com suas características pessoais de estudo.
Estou errada em alguma coisa? Vamos discutir!
Professores, me expliquem porque vocês tem tanto medo da Internet? Me expliquem, porque eu não consigo entender.
Eu tinha um avô, falecido, Byron, e pude acompanhar a evolução dos computadores e como isso afetava as pessoas da idade dele. Parecia uma luta com o diabo. Ele preferia usar a calculadora, máquina de datilografar e milhões, sim, milhoes de papéis, do que aprender a usar o computador. Ele fazia uma verdadeira pregação ao que ele chamava de “falta de necessidade” de usar o computador. Pra que usar, se ainda vivo tão bem com minha calculadora e máquina de datilografar?
As vezes, sinto que as pessoas ainda pensam muito assim. Pra que usar a internet, se ainda tenho Jornal, Revista, Livros, Livraria, etc. E este pensamento é tão pequeno, que simplesmente tendo entender, mas não consigo. Será o medo do novo? Medo de ser devorado pelas novidades tecnólogicas? Medo de não conseguir acompanhar?
Seja como for, não dá mais pra negar o avanço da tecnologia e como isso se infiltra em nossas vidas. Ou você aprende a usar para continuar defendendo o que você acredita, ou você fica de fora e deixa que as pessoas defendam suas idéias, muitas vezes erradíssimas.
Veja bem, vamos começar do começo. Não acho que a internet deve ser colocada em cima de tudo e qualquer coisa. Eu adoro comprar livro e ler jornal, mas esse não é o ponto. Ainda acho que as crianças na escola tem que aprender que o mundo não é so computador e televisão. Mas negar a existência da internet para defender tal teoria é um erro gigantesco. Fui em uma reunião de pais ontem, e, entre outras coisas absurdas que escutei, a professora defendia que, quando pedisse trabalhos para as crianças, pesquisas, elas tinham que levar coisas de Jornais, Revistas e Livros, e não da internet, porque, como elas iam saber que na vida não existia só internet? Fiquei com isso na cabeça, muito incomodada com essa colocação, e explico porque. Hoje, na internet, você acha tudo. Você lê livros, você lê jornal, enfim, tudo você acha na internet. Antes, a criança tinha que ir na banca, comprar jornal, e entre milhoes de folhas de propaganda e classificados, ela tinha que sujar a mão pra achar uma noticia. Ou tinha que ir até uma biblioteca, ficar com sua rinite atacada pra poder pegar uma enciplopedia e achar uma notica. A internet nesse ponto veio pra ajudar. Hoje em cinco minutos do seu computador você pode achar tudo isso em casa. Você acha a mesma reportagem do jornal, na internet, então qual o problema, se é a mesma reportagem? Qual é o ponto? Oras, se facilita, pra que raios se apegar ao fisico, ao papel, ao meterial? Ainda defendo isso pensando nos deficientes, no caso do meu filho, visual. A letra do jornal é pequena, na internet a gente pode aumentar a letra e fica mais fácil pra ele fazer as atividades. Idem os livros, que na internet a gente pode aumentar a letra. Então, qual o grande problema?
Bom, ai ela continuou o argumento defendendo a pesquisa. Pois hoje as crianças não sabem pesquisar ja que entram no google, digitam o assunto e simplesmente mandam imprimir. Oras, sejamos realistas. As crianças não sabem pesquisar e isso não é culpa da internet. A unica diferença é que antes elas tinham o trabalho de copiar de um livro qualquer, mas copiavam do mesmo jeito. As crianças não sabem pesquisar porque não sabem o que é fazer pesquisa, porque a escola não incentiva a pesquisa, e sim a cópia e cola. Ai vem dizer que é por causa da facilidade da internet?
Basicamente este trecho de discussao da reunião mostra como os educadores em geral não sabem e não querem aprender a usar a tecnologia a seu favor!!! A internet tá ai, cheia de ferramentes pra ajudar o educador. Você pode pegar um conteudo, e ai invez de fazer seu aluno decorar, você pode pedir pra ele pesquisar e descobrir tudo que se fala sobre o assunto, com fotos, videos, enfim, o mundo da internet é vasto de recursos para a educação. Mas como essa vinculo não acontece, realmente os alunos acabam usando só da maneira a facilitar ou encurtar seus trabalhos, só pra encher o tempo com bobagens.
Estou aqui falando dos educadores, mas isso vale também para os psicólogos, e muitos outros profisisonais da área da educação e saúde. Falo isso porque me lembro da historia sobre o suicidio, reportagem que eu comentei alguns posts abaixo. Enquanto o pessoal da saude e educação dorme no ponto, deixa o vácuo para outras pessoas usarem a internet pra outros fins, muitos não muito bons. Nossos jovens e crianças passam hoje maior parte do tempo na computador, e o que eles fazem quando estão lá? Se estivessemos usando a internet pra chegar até eles, eles teriam muita coisa educativa e não chata pra fazer. Mas não, enquanto deixamos de enxergar a importancia de usar a internet como ferramenta, outras pessoas tomam o espaço, e conseguem alcançar nossas crianças com coisas e ideias ruins.
Essa reportagem http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/04/080411_suicidiointernet.shtml mostra como tem mais coisa ruim de que boa quando se trata de educação e saúde na internet. E isso é culpa de quem? De nós, que não usamos a internet pra estar mais proximos de nossos filhos e pacientes/alunos.
Toda mudança é dificil, principalmente para quem já pratica sua profissão da mesmo forma a muitos anos. Mas enquanto não nos informamos, enquanto não ocupamos o nosso espaço, este espaço fica aberto para aqueles que não tem o que fazer, e inventam coisas para ocupar o espaço vazio, e o tempo das nossas crianças. Hoje a internet pode ser um pergigo muito maior do que as drogas na rua, que era o grande problema da juventude até pouco tempo. Mas se estivermos presentes também lá, pode ser um caminho muito interessante para alunos e educadores. Afinal, quem disse que educação tem que ser chato?