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Feminilidade e Maternidade

Muitas mulheres buscam na maternidade e no casamento a compensação de sua falta. Porém, o casamento envolve um outro sujeito que também convive com sua falta, e está relação estará sujeita a todas as questões de sexualidade que falarei em outro texto. Já a maternidade soluciona, mesmo que temporariamente, a falta do falo da mulher. A mãe tenta compensar sua falta-a-ser na criança. Esse é um recurso específico da mulher para compensar sua perda de gozo: ela pode gerar filhos.

Para Zalcberg, um filho desperta na mulher não só o sentimento materno, mas também desperta a mulher em falta, já que este simboliza o gozo perdido. A mãe vê na criança a oportunidade de se recuperar de sua própria falta. Porém esta situação dura um tempo determinado, já que a criança será seu falo somente até certo momento da vida. Assim, a mãe também é esta sempre fazendo o luto da perda da criança como seu objeto.

Ainda no começo da vida do bebe, a mãe transfere para ele todos os sentimentos vindos de sua própria vida sexual. O modo como acaricia e amamenta, por exemplo, mostram como a criança se torna o substituto do objeto sexual para a mãe. Freud não só enfatiza essa questão, como menciona que isso é necessário para o desenvolvimento da criança. No entanto Soler complementa que, ainda sim a mulher não resolve inteiramente seu problema fálico, pois logo percebe que o bebe não pode ser seu falo, e logo deve ajudar seu própria filha a lidar com a sua própria falta. Faz-se, então, importante abordar a relação mãe-filha um pouco mais de perto.

Quando a mãe descobre que seu bebê será uma menina, suas fantasias inconscientes automaticamente são transferidas para a filha, seja por sensações ou por memória corporal. É importante lembrar que, a mãe desta menina já foi filha, assim como a avó desta menina também já foi filha, ou seja, as mulheres transmitem, de geração para geração suas experiências, fantasias e expectativas.

Na menina que nasce a mãe vê o recomeço de sua própria vida e também o início da vida de sua filha como uma possibilidade de reparar e mudar tudo que as relações mãe-filha anteriores não conseguiram. Nessa perspectiva da mãe como mulher, o nascimento de uma filha pode despertar nela questões sobre a própria falta, que foram um dia evitadas, reavivando questões aparentemente superadas ou apenas adormecidas em uma mãe.

Zalcberg também diz que, se por um lado o nascimento de uma filha pode promover o despertar da feminilidade por meio de certo preenchimento, ao considerar a criança como seu falo, por outro lado a mãe pode ver na filha a perda de seu espaço de constituição de sua sexualidade e feminilidade. A semelhança do corpo feminino de mãe e filha, além da proximidade entre elas favorece uma identificação de ambas pela dependência que as conecta, em busca de entender e completar a falta-a-ser de cada uma. Assim, muitas vezes elas se tornam prisioneiras da própria relação, pois não vêem outra saída para ser mulher além do ser mãe e filha.

Essa relação que ocorre entre mãe e filha pode prejudicar a constituição de suas próprias imagens e sexualidades. Por um lado, a menina se vira para mãe em busca de carinho e de uma imagem sobre seu corpo, para que tenha a confirmação de que aquele corpo realmente a pertence. Depois, ela busca na mãe que esta reconheça seu corpo como feminino, também marcado pela falta. Nesse caminho logo surge a dúvida sobre sua identidade sexual – não identifica se é menina ou mulher. Por outro lado, muitas mulheres ao alcançar a condição de mãe se vêem confrontadas a escolher entre ser mãe ou ser mulher, como se fosse impossível conciliar ambas as tarefas.

Considerando o ser mãe e o ser filha como um dos pontos importantes para a constituição da feminilidade e sexualidade, podemos falar um pouco sobre alguns tipos de mães e filhas e suas implicações para o entendimento do universo feminino.

1. Mais mãe que mulheres

Para as autoras Eliacheff & Heinich, quando um bebê nasce, algumas mulheres se transformam e ficam completamente absorvidas pela maternidade, deixando de lado a própria identidade e o lugar de esposa, chegando por vezes a trocar a sexualidade conjugal pela sexualidade maternal. Elas se aniquilam nessa relação, e trocam as exigências maritais pelas exigências do filho. Essa situação pode chegar a um extremo, no qual o desejo de simbiose pode criar um vazio em torna da relação entre mãe e bebê, e todos os outros vínculos perdem lugar. Esse extremo apego, na qual a mãe dá ao filho todo a lugar em seu gozo, cria uma relação de dependência muito extrema, da mãe para com o filho.

Nos primeiros meses de vida os bebês exigem grande atenção da mãe nos cuidados, na amamentação, enfim, em muitos momentos. Porém a mãe não pode se utilizar dessa exigência para dedicar-se exclusivamente ao bebê, e muito menos deslocar as sensações eróticas que deveria buscar no marido, para o bebê.

Quando essa relação de dependência continua após o crescimento da menina, a mãe, ao se dedicar totalmente ao seu bebê, na verdade busca através desta a si mesma e a realização de seus próprios sonhos. Por vezes abandona o marido e rejeita os homens, pois coloca a filha na posição destes. Protegida pelas virtudes da maternidade, a mãe pode, sem vergonha, utilizar a criança para projetar nela suas próprias fantasias de sucesso.

Porém,  conforme a menina vai crescendo, e se tornando adolescente, a mãe percebe e teme ser excluída da vida de sua filha. Assim, tenta adiar esse momento excluindo a filha do mundo externo e controlando-a o tempo todo. A filha por sua vez, também teme esse momento pois percebe que terá que viver sua própria história, fazer suas próprias escolhas, e teme não conseguir sem a mãe uma vez que nunca se viu sem ela.

Quando a adolescente começa a viver seus momentos longe da mãe, esta pouco a pouco vai sentindo a ausência da filha e se vê novamente em contato com seu vazio. Por isso pode usar de diversas artimanhas para voltar a atenção da filha novamente para ela. A filha, por sua vez, por medo e por culpa pode renunciar a própria vida, a liberdade, para ficar e continuar esse laço com a mãe. Enquanto uma quer seguir adiante, a outra quer voltar, porém a mãe tem a seu favor a norma social que encoraja as mães a serem verdadeiras mães, totalmente mães de modo que a filha tem contra si o peso desta norma.

Já na fase adulta, quando essa relação se prolonga, muitas vezes o que se vê é um casal formado por uma velha mãe que não quer que sua filha cresça, e uma velha filha que não consegue se furtar a dominação da mãe. Eliacheff & Heinich dizem que a filha, porém, nunca conseguira satisfazer sua mãe, já que ocupa o lugar de um vazio que nunca deixará de existir. A mãe está sempre pedindo mais da filha, de modo que essa relação nunca chega a um ápice. Ambas se iludem que ao excluir um terceiro podem tornar-se uma só, e assim encontrar o caminho para a feminilidade. Uma se espelha na outra, e se confundem, já que não sabem os limites de identidade entre elas. As duas se tornam tão dependentes umas das outras que já não conseguem se desligar e fazer o corte necessário para que cada uma encontre seu próprio caminho.

2. Mais mulheres do que mães

Diferentemente das mulheres que optam por ser apenas mães, há aquelas que decidem tornarem-se mais mulheres, como forma de buscar sua feminilidade. Eliacheff & Heinich acreditam que existe também a mulher que só vive sua feminilidade na vivencia de uma paixão. Desta forma, não consegue amar e ser mãe para sua filha pois está mais ocupada em viver sempre apaixonada por um homem, seja este qual for.

Ainda considerando esse tipo de mulher que, embora mãe, não busca a maternidade como caminho para a feminilidade, há a mãe-estrela. Segundo Eliacheff & Heinich, as mães estrelas não conseguem ter outra paixão além de sua própria profissão. Nesse caso, uma filha para continuar se relacionando com esse tipo de mãe pode adotar uma postura de inferioridade, pois sabe que para estar ali precisa ser menos do que a mãe. Outra conseqüência de uma vivência com esta mãe, é que ela pode não aprender como se relacionar com o masculino, já que nunca teve o exemplo vindo da mãe.

É preciso destacar que exageros, não importa para qual lado, nunca são bem vindos nessa relação. De outro lado, parece importante ressaltar que não existem mães boas ou más. Existem mães complicadoras ou facilitadoras para suas filhas, ou que tornam o vinculo torto para produzir filhas difíceis, sufocadas pela ausência ou excesso de espaço entre elas. O importante, nessa relação seria lembrar a necessidade de um terceiro, e em que lugar este é colocado na relação de mãe e filha, numa espécie de equilíbrio.

Desta forma, podemos entender porque Lacan faz da figura do pai algo tão importante em sua teoria, quando se discute qualquer relação. É esse terceiro que exercerá o papel da lei, e que poderá efetuar corte, fazer barreira e deste modo constituir sujeito. Até porque essas separações em estruturas e papéis que fazemos para efeito de estudo não são tão simples e quadradas quanto parecerem, ainda que algumas teorias insistam que esse enquadramento seja possível.

(Continua)

Para ler mais

Mães-filhas: Uma relação a três – Eliacheff & Heinich

A relação mãe e filha

Feminilidade e Sexualidade – O corpo

Na busca de uma resposta para a falta de significante especifico de seu próprio sexo, a menina busca também respostas no seu corpo e na forma como vive sua sexualidade. Após Freud, outros autores como Melanie Klein adicionaram outras problemáticas pertinentes a realidade feminina. Para ela, é importante a forma como a menina representa seu genital, pois isso pode afetar a forma como ela lida com sua sexualidade e feminilidade.

De acordo com Klein, a primeira dificuldade para a menina seria de reconhecer seu genital, entende-lo e aceitar sua condição. Bernstein, por sua vez, propõe três termos para melhor entendermos essa fase da menina. O primeiro deles é o acesso, momento em que a menina percebe que não tem acesso aos próprios genitais, não pode vê-los da mesma forma que o menino, e por isso cria uma dificuldade de representação mental das partes de seu próprio corpo, principalmente em um lugar que gera sensações intensas. A falta de familiarização com seu genital torna-o alvo de fantasias proibidas ou sentimentos culposos, gerando angustia consigo mesma e sua sexualidade. Esse segundo momento denomina-se difusão.

O terceiro ponto seria a penetração. O formato da vagina, aberto, e cujo fechamento não há controle coloca a menina numa insegurança contra a sua proteção. Fantasiam sobre seu buraco e se sentem vazias, inertes. Não conhecem a origem de suas sensações e por vezes se incomodam com as mesmas, quando eventualmente ocorrem. Para a menina é como se ela tivesse um buraco aberto através do qual coisas podem sair e entrar, e que não há como abrir ou fechar, nem controlar o acesso. Assim, a menina sente como se estivesse sempre em perigo de penetração, e teme se machucadas pelo que pode entrar. Além disso, a autora complementa que, a questão de proximidade da vagina com o anus pode deixar a sensação, na menina, que sua vagina é suja.

Essa variedade de angústias, segundo Bernstein, é central no processo de definição da sexualidade e feminilidade na menina. Porém, segundo Mcdougall, um caminho possível para neutralizar essas angústias e buscas seria a menina deixar de querer ter para poder ser, ou seja, sua falta do pênis se transformaria em um desejo pelo pênis. Outra solução poderia ser a maternidade, e assim por diante.

Eu acho toda essa teoria inglesa muito interessante, mas não concordo com ela. Acredito que ela é muito apegada a concretude da “inveja do pênis”. Lacan criticava muito a escola inglesa mais ou menos nesse caminho.

No Seminário 20, Lacan fala muito sobre feminilidade. Ele trata de gozo e demanda de amor, e quando fala de sexualidade feminina diz que esse sexo fálico masculino não diz nada para a mulher, porque ela não é toda (não tem o falo). Portanto o sexo só poderá lhe dizer alguma coisa através do gozo do corpo. Para Lacan, nada distingue a mulher como ser sexuado, a não ser pelo sexo. O gozo fálico seria o grande obstáculo do homem para entender a mulher, porque são gozos distintos. Então podemos pensar que tratar a feminilidade a partir da idéia fálica de inveja do pênis seria limitar e simplificar demais a questão.

(Continua…)

Para saber mais:

– J.Lacan – Seminario Mais, Ainda

Feminilidade e Complexo de Édipo Feminino

O que quer uma mulher? Essa pergunta atravessa gerações e parece nunca obter uma resposta satisfatória. Mulheres e homens tentam ano após ano descobrir o que deseja uma mulher. Freud tentou esclarecer esse mistério discutindo sobre algumas questões femininas. No final de suas obras ele deixa a certeza de que o Édipo produz o homem, mas não produz a mulher. No entanto, manteve aberta a questão sobre o desejo feminino e deixou o caminho aberto para novas discussões, apontando, desde então, a complexidade do tema.

Lacan também discutiu a questão do feminino e polemizou com sua famosa declaração de que a mulher não existe. Entre outras coisas, Lacan dizia que  o feminino é um não-lugar, um vazio.

Considerando a vida prática, pode-se dizer que a mulher passa a vida tentando se identificar, se descobrir. Essa busca começa ainda cedo, quando a menina tenta encontrar respostas naquela que é a primeira mulher de sua vida, sua mãe. Desde cedo a relação mãe e filha já se mostra complexa, cheia de cobranças, de raiva, de culpa, de identificação, de competitividade, enfim, um eterno vínculo em busca de respostas.

Mas essa busca por identificação não para na infância. Em geral, a mulher continua sua busca, e tenta se encontrar em diversos momentos: no casamento, na maternidade, enfim, tenta se descobrir nos vários papéis que lhe são propostos. Mas quando isso acontece? Quando a mulher se identifica, se encontra? Será que esse processo de descobrimento chega efetivamente a ocorrer?

O tema sobre o feminino não é simples. Embora tenha dedicado um espaço em sua obra para discutir o tema, Freud fala do asunto como obscuro e de difícil acesso. Posteriormente, Lacan, ao estudar a obra freudiana, aborda a feminilidade, mas resgata e ressalta a importância da figura do pai, um recorte que não trata da perspectiva específica mãe-filha. Alguns autores acreditam que é nessa relação que estaria a chave para o entendimento do torna-se mulher.

Considerando que a constituição da feminilidade inicia-se logo na primeira infância, parece relevante estabelecer algumas implicações sobre o complexo de Édipo e o nascimento do ser menina. Estudando a sexualidade de ambos os sexos e sua representação infantil, Freud afirma que independente do sexo anatômico ao qual pertence, toda criança é sempre menino para a mãe, por constituir o substituto fálico para ela. A partir da análise do complexo de Édipo ele tenta esclarecer como ocorre a descoberta da sexualidade infantil para meninos e meninas. No início ele acreditava que crianças de ambos os sexos passavam pelo mesmo processo de descobrimento e interesse na sexualidade. Mais tarde, Freud descreve que a diferença entre homens e mulheres começa bem cedo, ainda na fase pré-edipiana.
Neste momento pré-edipico, o primeiro objeto de amor das crianças (meninos e meninas) é a mãe. Desta forma, ao chegar ao complexo de Édipo, o menino consegue tranquilamente estar ligado afetivamente ao sexo oposto enquanto tem rivalidade com o mesmo sexo. Já para a menina é diferente. Também seu primeiro objeto foi a mãe. Como encontra o caminho para o pai? Como e quando e porque se desliga da mãe?
Segundo Freud , essa é a primeira dificuldade no processo feminino e muitas mulheres poderiam nunca mudar de objeto, ficando presas em sua relação primeira com a mãe. A dificuldade em renunciar a mãe e renunciar seu lado masculino inclusive na sexualidade ativa pode dificultar uma identificação com o pai, e esse momento é necessário para o desenvolvimento da feminilidade. Assim, a primeira tarefa feminina seria o afastamento da mãe, a renuncia do amor por ela, e essa passagem de objeto nem sempre se realiza.
Nesta fase, para o menino, a figura do pai representa a identificação com alguém do seu sexo e ainda efetua a separação da mãe. Porém, isto não ocorre para a menina pois, ao olhar o pai, não se identifica com este e continua a procurar sua condição feminina. Desta forma, o Édipo soluciona a questão da busca de identidade masculina mas na feminina deixa um resto.
Freud aborda também o complexo de Édipo especificamente referindo-se ao momento da castração. O temor da castração, para o menino, resolve seu problema edípico, porém para a menina esse temor não é o suficiente para o abandono de sua posição e de seu objeto de amor, por isso ela permanece nesta questão por tempo indeterminado e quando se completa, é tardio e de modo incompleto. Freud percebe que o problema da castração do feminino não se tratava da falta do órgão e sim da falta de um símbolo do sexo feminino. Isso porque quando Freud introduz a lógica da castração, procurava entender além da já estudada falta do pênis como órgão externo e sim como essa falta imaginária afetaria o desenvolvimento da feminilidade.
Para entender melhor essa questão é importante falar da falta que a mãe sente por não ter/ser o falo. Lacan situa a mãe como primeira castradora da filha, pois não consegue fornecer para sua filha um símbolo de sua identificação feminina exatamente porque esse símbolo não existe. Desta forma, a menina, frustrada com a mãe, volta-se para o pai em busca de respostas que a mãe não conseguiu dar. Na seqüência, o pai segue nesta função castradora e por isso, para a menina, o momento da castração ocorre antes do Édipo e não é conseqüência dele, como ocorre para os meninos. O pai continua sua postura de castrador para a menina, pois confronta a filha com a perda de ser o falo da mãe.
Vivendo essa situação a menina teria vias de solução para resolver seu Édipo. Freud diz que uma delas seria a menina aceitar que sua demanda de um símbolo para sua identidade não pode ser atendida, e daí passar a aceitar e lidar com sua falta, como caminho para encontrar sua feminilidade. O que acontece é que para que isso aconteça é necessário que antes a mãe tenha aceitado a sua própria falta e consiga transmitir isso para sua filha, sem fazer dela seu falo.
Lacan afirma que o que diferencia homens e mulheres não é a anatomia dos sexos, e sim a forma como se submetem ao falo, ao significante do desejo, que ocorre nessa fase edípica e continua depois ao longo da vida. Para ele o ser aparece neste vazio, no falta-a-ser e é isso que o torna dependente de uma reposta, pois espera que o Outro lhe diga quem é e solucione sua questão identificatória. Portanto, a demanda da criança seria na verdade uma demanda de reposta sobre seu ser. Porém, em relação à mulher, além do falta-a-ser que a constitui ainda lhe falta um significante especifico feminino. Neste sentido, a menina busca por mais tempo ser o falo da mãe, em busca de respostas, e acredita que tendo uma mãe satisfeita será mais amada. Desta forma, a menina busca respostas na satisfação da mãe para que ela também consiga estar satisfeita. A menina pensa que do contrário, não haveria chances de encontrar alguém que lhe desse o que falta, alguém que a diga o que ela é.
Neste ponto está a importância do pai, que estrutura e funciona como lei, como superego, para que a menina forme sua estrutura. Assim, o futuro do desenvolvimento da menina também depende dele e de como ele agirá nesse processo.
Além do complexo de Édipo, ocorrem ainda na infância outras questões relacionadas ao desenvolvimento da feminilidade e da sexualidade da menina, tais como o conhecimento de seu próprio corpo. Falarei disso no próximo texto.

(Continua…)

Para ler mais sobre o assunto:

A relação mãe e filha

Édipo – O complexo do qual nenhuma criança escapa – J. Nasio

Pós Graduação na USP em Psicanálise

Pessoal, este curso é muito bom, recomendo muito fervorosamente.

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO DE CULTURA E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA “TEORIA, TÉCNICA E ESTRATÉGIAS ESPECIAIS EM PSICANÁLISE

Departamento de Psicologia Clínica – IPUSP

COORDENAÇÃO:

PROF. DR. AVELINO LUIZ RODRIGUES
COORDENADORA CLÍNICA e PEDAGÓGICA

PROFª DRª MARIA LÚCIA DE ARAÚJO ANDRADE

O Departamento de Psicologia Clínica da Universidade de São Paulo oferece o curso “Teoria, Técnica e Estratégias Especiais em Psicanálise”, para psicólogos, médicos e terapeutas ocupacionais em busca de uma sólida evolução profissional. Ministrado por um corpo docente altamente qualificado, segue a abordagem freudiana-lacaniana, o que o posiciona na vanguarda da psicanálise atual, e proporciona um consistente e significativo diferencial em seu currículo.

Este Curso, agora pertencente à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão, já existe desde 1998, quando foi criado pela  Profª Drª Maria Lúcia de Araújo Andrade,  junto com um grupo de professores do Instituto de Psicologia, além de outros convidados notáveis em suas especializações, não pertencentes aos quadros da Universidade. Ela é  docente, pesquisadora e supervisora do Departamento de Psicologia Clínica; orientadora no programa de pós-graduação em stricto-sensu e psicanalista lacaniana. `A mesma época a  professora criou o Laboratório Sujeito e Corpo, SuCor, onde coordena atualmente o Grupo “Sujeito, Corpo, Sintoma e Instituição” voltado ao ensino, à pesquisa e aos atendimentos clínicos oferecidos à coletividade.

O Curso oferece disciplinas de fundamentação teórica além de enfatizar a prática clínica, através dos atendimentos supervisionados realizados pelos alunos, grupos de discussão clínica e seminários.

O curso oferece ainda, aos seus alunos, o benefício de partilhar das atividades e dos resultados obtidos através das pesquisas e publicações do Laboratório Sujeito e Corpo.

Para você que procura ampliar seus horizontes profissionais, nada melhor do que acrescentar a seu currículo o título de Especialista, fornecido por uma das mais respeitadas instituições do país: a Universidade de São Paulo. Peça agora mesmo maior informações, e faça sua inscrição no curso “Teoria, Técnica e Estratégias Especiais em Psicanálise”, do Instituto de Psicologia da USP.

Programa*

Primeiro Semestre

  • Introdução à teoria psicanalítica em Freud. Principais conceitos.
    • A dinâmica das pulsões: representações clínicas.
    • A transferência: seu manejo e peculiaridades.
    • Introdução a Lacan.
    • Introdução à prática clínica. Triagem e acolhimento. Entrevistas preliminares. O pedido e a demanda. O momento da entrada em análise.
    • As estruturas clínicas.
    • A complexidade Psico-Socio Cultural brasileira. A psicanálise neste contexto.
    • O trabalho institucional.

Segundo Semestre

  • Diagnósticos. Releituras feitas pela psicanálise.
    • O lugar do corpo na psicanálise. O desejo, o gozo e a lei.
    • Os distúrbios psicomotores dentro do campo da psicanálise.
    • A deficiência mental e a pseudodeficiência. Novas propostas de tratamento.
    • O autismo. Particularidades do diagnóstico e tratamento.
    • A psicose e  a neurose. Manejos na situação analítica.

Terceiro Semestre

  • Topologia: os lugares em psicanálise.
    • A genética e o lugar do psicanalista nas síndromes genéticas.
    • As intervenções psicanalíticas possíveis em bebês.
    • As relações entre psicanálise e a psiquiatria. O uso de medicamentos.
    • As instituições psiquiátricas.
    • Os distúrbios de aprendizagem vistos pela psicanálise.
    • A contribuição de Piaget – modalidades do real: os possíveis e o necessário.

Quarto Semestre

  • Questões técnicas – os quatro discursos em psicanálise.
  • Questões técnicas – a associação livre. A palavra justa. O ato psicanalítico.
  • Questões específicas no desenrolar de uma psicanálise – de crianças, de adultos e de adolescentes.
  • Questões forenses e a psicanálise.
  • A questão dos pais na psicanálise infantil.
  • O término de uma análise.
  • Desafios do trabalho psicanalítico dentro do contexto psicossocio-cultural brasileiro.

*Programa passível de revisão a juízo da coordenação quando for necessário,

Para que o aluno possa obter o certificado ele deverá ter 85% de freqüência, nota mínima de 7,0 e ter apresentado e defendido oralmente uma Monografia com nota mínima de 7,0.

Constituição do Curso:

O Número de vagas é  Limitado

Total de horas/aula: 790

Aulas formais em sala de aula: 230hs

Monografia: 51hs

Seminários: 59hs

Aulas Práticas ou de campo: 450hs

Atendimento clínico 200 h

Supervisão: 150 h

Discussão de Casos Clínicos: 50 h

Dia e Horário das aulas:

As aulas se realizarão às terças-feiras, das: 08:30 às 16:30hs

Duração: 02 anos (4 semestres)

Inscrições:

Inscrições abertas a partir de 17 de JUNHO  de 2010 à 22 de JULHO de 2010
Local das inscrições e informações:

Departamento de Psicologia Clínica do IPUSP – Av. Prof. Mello Moraes, 1721 – Bloco F – Sala 16 – Cidade Universitária – São Paulo SP.

Telefone: 3091-1948 –  E-mail: labsucor@usp.br

Entrar em contato com Letícia, secretária do Laboratório Sujeito e Corpo.

Inicio das aulas:

24 de Agosto de 2010

Local: Departamento de Psicologia Clínica – Bloco F

Documentos necessários:

02 vias do curriculum; 02 cópias do RG (frente e verso), CPF, C.R.P, CRM ou do Conselho Regional do candidato; 02 fotografias; 01 carta explicando o motivo do interesse pelo curso.

Taxa de inscrição: R$ 40,00

Taxa de seleção: De R$ 300,00 com desconto de 25% perfaz o valor de R$ 225,00.


* CERTIFICADO EMITIDO PELA PRO-REITORIA DE CULTURA EXTENSÃO – USP*

Os alunos deverão se inscrever e serão chamados após uma primeira seleção feita através da analise dos documentos solicitados.

Aqueles que forem  selecionados, nessa primeira fase, serão convocados para uma entrevista  com um dos professores do Curso.

2 Matriculas (1 por ano):

1º Matrícula com desconto de 25%, perfazendo o valor de R$ 450,00, a mesma equivale a 1 parcela.

2º Matrícula com o valor de R$ 600,00, a mesma equivale à 1 parcela.

24 Parcelas (2 delas são matriculas):

As Parcelas do 1º Semestre de R$ 585,00, possuem o desconto de 25%, perfazendo um valor de R$ 438,75 por parcela.

No 2º semestre ao 4º Semestre as parcelas retornarão ao seu valor de R$ 585,00.

Eventos – Psicanálise

1) A Escola Brasileira de Psicanálise mensalmente promove eventos de discussão, seminários e debates sobre temas psicanalíticos, e sempre gratuitos e abertos ao público. Repasso as próximas datas.

Titulo do seminário: Aspectos do delírio em Freud e Lacan

Responsáveis: Blanca Musachi e Cássia Rumenos Guardado

Data: Quinta feira 17 de junho de 2010

Freqüência: quinzenal

Horário: 21:00 às 22:30

Local: Sede EBP-SP, João Mouro 647, cj 193, 19 andar

Titulo do senimário: Leituras do seminário 18 de Lacan.

Responsável: Cássia Gindro

Data: Quarta feira 02 de junho de 2010

Freqüência: quinzenal

Horário: 20:30 às 22:00

Local: Al Raul Roldão da Costa 143 – Vl Betânia – São José dos Campos

Titulo do seminário: “A direção do tratamento e os princípios do seu poder”

Responsável: Eduardo Benedicto
Data: Quinta feira 10 de junho de 2010

Horário: 15:00 hs às 16:30 hs

Frequência: quinzenal

Local: sede do COPI – Campus USP / Ribeirão Preto (Rua: Clóvis Vieira, casa 32) telefones, (16) 3602-3494 / 3623-6302.

Titulo do seminário: Psicanálise e Filosofia: Psicanálise Século XXI – Paixão e Destino.

Responsável: Mª Bernadette Soares de Sant’ana Pitteri

Data: Sexta feira 11 de junho de 2010

Horário: 16:00 às 17:30.

Frequência: semanal
Local: Rua Cardoso de Almeida, 60  conj. 44 – Perdizes / Cep 05013-000 – Tel. 3861-0013 falar com Goreth.

Titulo do seminário: “Comer o nada” A prática lacaniana e os transtornos alimentares

Responsável: Paola Salinas
Data: Quinta-feira 17 e  24 junho de 2010
Local: Rua Adolfo Serra. 364 Ribeirão Preto – SP

Freqüência: quinzenal
Horário: das 19:30hs

Informações: (16) 3635-6906

Titulo do seminário: Angústia: relendo Freud e Lacan

Responsável: Márcia Szajnbok

Data: Sextas-feiras 11 de junho de 2010
Local: Sede da EBP-SP, R. João Moura 647 Ap. 193 19º andar

Freqüência: Quinzenal
Horário: 11:00 às 12:30hs

Informações: (11) 3081-8947

2) Fórum do Campo Lacaniano/SP promove o Encontro com o Autor, com o convidado Mauro Mendes Nogueira. Também é gratuito, mas é necessário inscrição antecipada.

Data: 18/06/2010 as 20:00

Inscrições: (11) 3063-3703

Planos de Saúde



Procuro sempre ter um olhar crítico em relação às “coisas boas” que nos acontecem, principalmente quando elas têm um fundo político ou corporativo. Não seria diferente para os planos de saúde.

Minha briga com planos de saúde já não é de hoje, e já fiz um post aqui em relação a isso. Nunca acreditei que a idéia por trás dos planos de saúde fosse ruim, e sim que é mal executada. E quando se fala em dinheiro, num sistema capitalista, não podemos esperar coisas muito diferentes. Quando os dentistas entraram para o esquema, percebi que eles percorreram (e ainda percorrem) o mesmo caminho. E por fim é a vez dos psicólogos, fonoaudiólogos entre outros “novos” profissionais incluídos nos planos de saúde. Mas vamos por partes.

Meu problema com os planos de saúde está no modo como as coisas ocorrem. Uma pessoa paga um valor mensal, e com isso teria direito a médicos, exames, cirurgias, que se ela fosse pagar, talvez não pudesse arcar com tais valores. Então, pagando um valor mensal, quando houver necessidade de um exame caro, ou mesmo de uma cirurgia, ela não precisaria conseguir o montante necessário em poucos dias. Por outro lado, o médico não ter que tratar de dinheiro com o paciente, poder atendê-lo tranquilamente e no final do mês ter seu “salário” garantido, é considerado um benefício.

As pessoas gostam de fazer planos de saúde pois na saude pública, quando precisam de um médico ou tratamento, são obrigadas a entrar em filas de espera que podem ser de 15 dias a 3 meses. Em uma sala de emergência, a espera para um atendimento pode durar até cinco horas. Por isso ter plano de saúde particular, nos casos de emergência, agiliza e garante o atendimento. Mas quem tem plano de saúde sabe que não é isso que acontece.

O que acontece é que muitas pessoas pagam o plano de saúde, ou seja, os planos conseguem o montante necessário para manter a rede (médicos, exames e hospitais conveniados). Mas, segundo os executivos, esse valor não é suficiente, já que os serviços médicos são muito caros. Ainda sim, pagam para os médicos valores que chegam a dar vergonha de dizer. Se um médico hoje cobra de 100 a 250 reais um consulta (com direito a retorno), muitos planos não pagam nem metade desse valor, e em geral com um, dois meses de atraso. Isso é o início de uma cadeia desagradável, pois já que recebem pouco, os médicos não podem dedicar muito tempo aos pacientes de planos de saúde. Dessa forma, marcam 4, até 5 pacientes para a mesma hora, e em suas agendas, só direcionam alguns dias e horários para pacientes conveniados. Basta ligar e dizer que é particular, e eles tem horário para o mesmo dia. Se for de plano, só mês que vem, as vezes só dali a 2 meses.

Ou seja, ficou ruim pra todo mundo: o médico ganha menos do que acha justo, não fica contente e marca pacientes pra mesma hora, atende a todos eles com rapidez – não conseguindo dar a atenção devida a cada caso; vive com a sala de espera cheia de pacientes bravos porque não são nunca atendidos no horário. Pacientes ficam bravos porque, mesmo pagando seus planos, não conseguem ser atendidos com emergência, e as vezes a espera por uma consulta fica muito parecida com a espera da saúde pública. Quando finalmente conseguem, são sempre atendidos com atraso, e saem de lá com uma lista de exames e pedidos de autorização. Com esses pedidos em mãos, mais burocracia para conseguir as tais autorizações, e quando vão marcar o exame também enfrentam uma demora, que pode perdurar por até um mês. Quando eles finalmente conseguem seus exames e vão marcar retorno com o médico, mais uma vez têm que esperar a agenda, enfrentar novos atrasos, e assim vai o ciclo.

Eu podia continuar aqui falando das exigências dos planos de saúde, da história das doenças pré-existentes, da dificuldade de reclamar, pedir direitos, e das diversas negativas que acontecem quando você precisa de um plano. Mas vou seguir em frente, sem detalhar muito. A idéia principal com essa introdução foi mostrar que o plano de saúde surgiu para prover saúde a todos, e o que temos hoje é uma bagunça exatamente igual a saúde pública. Mas o medo é maior, e mesmo com tantos problemas, continuamos a pagar planos de saúde.

Tempos depois, o mesmo aconteceu com os dentistas (não pretendo me aprofundar no assunto também, só fazer um comentário para seguir a idéia principal do texto). Muitas pessoas deixavam de cuidar de seus dentes, pois era sempre um tratamento caro (e dolorido). É possível que uma pessoa tenha que desembolsar mil, dois mil reais em um tratamento dentário, dependendo da gravidade. Então quando os planos odontológicos surgiram, todos ficamos contentes. Afinal, pagar 20, 50 reais mensalmente e ter direito aos tratamentos tão caros parecia um bom negócio. Mas nada é simples assim: antes você marcava 3, 4 idas ao dentista e conseguia fazer todo seu tratamento. Com os planos, cada ida resultava em apenas um dente feito, ou 1/4 do tratamento realizado. Ou seja, sessões de 15, 20 minutos, e muitas idas ao dentista. E aí fomos descobrindo que os tratamentos realmente caros não estavam incluídos naquele valor mensal. Então era sempre assim: você ia ao dentista e, quando chegava lá, descobria que o que você precisava mesmo fazer teria que pagar do bolso. Oras, mas isso não pode. Pois é, sabemos como as regras funcionam no Brasil.

Então agora vamos falar da inclusão da Psicoterapia nos planos de saúde. Sempre se achou uma injustiça não ter psicólogo, já que saúde mental também é importante para uma pessoa. Com isso, os psicólogos foram incluídos nos planos, mas com algumas condições: a primeira é que o paciente precisa de encaminhamento, ou seja, ele deve passar em um médico, falar de sua condição, e este médico deve decidir se encaminha ou não o paciente para o psicólogo. Depois, se o paciente consegue o encaminhamento, tem direito a 12 sessões no ano. As pessoas ficaram contentes e não pararam pra pensar no que tudo isso significa. Na sequência, outra boa notícia: de 12, passam a ser 40 sessões. É, vendo assim, parece que é bom mesmo. Mas agora, pelo que entendi, só um psiquiatra pode fazer a indicação ao psicólogo, e as 40 sessões vão depender do diagnóstico dado para cada caso. Então vamos falar um pouco de tudo isso?

Pra começar, temos o problema do pagamento: os planos repassam, em geral, o valor de 18 a 30 reais por uma consulta com o psicólogo (valor este que também não costuma ser nem metade do que se cobra em uma consulta particular). E estes valores só são recebidos em 30 dias, com atrasos que chegam até dois meses. Outro problema está no tal encaminhamento: partindo do princípio que o paciente tem que passar primeiro em um médico psiquiatra, os planos de saúde praticam a lei do ato médico, mesmo que as brigas e discussões tenham mostrado que isso é um retrocesso em termos de multidisciplinariedade e respeito profissional. Ou seja, é um médico o responsável por decidir se o paciente deve ou não se consultar com o psicólogo. Eu particularmente acho isso um grande desrespeito com a figura do psicólogo. Sem falar no ponto de vista do paciente: sabemos bem o quanto demora para uma pessoa se decidir e tomar coragem para procurar um psicólogo, com tantos estereótipos sociais que temos. Quando ela finalmente toma coragem, e descobre que primeiro terá que passar em um psiquiatra (sabemos bem outro estereótipo que temos aí), pegar encaminhamento, passar no plano e pegar a autorização, pra daí ir ao psicologo, posso dizer que de 10 pessoas, duas, no máximo, continuarão firmes em suas decisões (as pessoas ligam no consultório querendo atendimento, quando descobrem que tem que fazer tudo isso, não ligam mais, é fato).

Outro problema está em tornar a psicoterapia uma clínica igual a médica, pois parte-se do princípio que temos que diagnosticar para assim decidir quem merece 40 sessões e quem não merece. Nós, que trabalhamos na clínica, sabemos que as coisas não são tão simples assim. Há pacientes cujo “diagnóstico” é complicado e longo, inclusive pacientes difíceis de diagnosticar nesse padrão CID e DSM de ser. Fora isso, as sessões podem ter que acontecer 2 ou até 3 vezes por semana, o que rapidamente esgotaria essa carga de 40 horas, seja um paciente “grave” ou não. E aí, o que acontece depois disso? Ou o paciente interrompe o tratamento, ou ele arcará com o valor para continuar.

Dá-se a ilusão para o paciente de que 40 sessões são suficientes para a “cura”, outro aspecto muito médico, e pouco psicológico, uma vez que a “cura” tem outro sentido para a psicologia.

Assim, chegamos na parte mais importante de todas, que é a diferença entre a forma como a medicina trata o paciente, e a forma como a psicologia trata o paciente. Se falarmos em psicanálise, aí que a distância fica ainda mais gritante.  Por isso a grande tendência é encontrar psicólogos comportamentais ou de terapias breves nesses planos de saúde: porque são as práticas psicoterapêuticas que mais se adequam a esse modelo médico de diagnóstico-cura que a medicina propõe.

Portanto, se eu acho uma coisa boa essa novidade? Não, eu não acho. Mas não vamos ser ingênuos. Sabemos que sempre tem coisa boa nessa bagunça toda. Porém ainda acredito que os benefícios são poucos em relação aos problemas. Falando da minha prática: eu não trabalho com planos de saúde. Se é pra receber de 18 a 30 reais de um plano de saúde, prefiro fazer um acordo com meu paciente e receber esse valor, mas diretamente dele, livre para fazermos nosso contrato. É a minha forma de tornar o tratamento acessível a todos e não me vender a esse processo que não acho justo. Não passo um mês sem pensar que poderia me conveniar e assim ter mais pacientes e indicações. E sei que muitos colegas trabalham com planos de saúde e têm boas experiências com eles. Acho que a decisão de cada um conta muito aqui e cada um trabalha da forma como acha mais certo para si.

Fiz esse post porque escuto muito que a psicologia é elitista (a psicanálise, principalmente), que os psicólogos não gostam de convênios e que cobram caro… Estou escrevendo isto para explicar um pouco mais e mostrar que nem tudo é tão simples quanto parece.

Acredito que podemos nos informar mais, ler mais, e a partir daí tirar nossas próprias conclusões. Mas não podemos ser ingênuos para achar que tudo isso é uma verdade absoluta, porque não é. Estou aqui compartilhando com vocês minhas opiniões e os caminhos que estou traçando, e espero que vocês possam também traçar o de vocês.

(E esse assunto sempre dá uma boa briga, rs.)

Se você não gosta de ler textos grandes, ou tem algum tipo de deficiência visual, eu fiz uma pequena discussão sobre o texto nos vídeos abaixo.

Podcast – Episódio 4: Ensino de língua inglesa – Parte 2

Parte 2: Essa é a continuação do podcast sobre Ensino de Língua Inglesa.

(Nesse podcast, eu e a prof. Dilma Mello conversamos sobre o Ensino de Língua Inglesa. Falamos um pouco sobre a proposta do ensino de ensino de línguas como parte de sua construção de identidade.)

Parte 1 aqui.

Citações:

John Dewey

Comunidades de Aprendizagem

Podcast – Episódio 04: Ensino de língua inglesa – Parte 1

Nesse podcast, eu e a prof. Dilma Mello conversamos sobre o Ensino de Língua Inglesa. Falamos um pouco sobre a proposta do ensino de ensino de línguas como parte de sua construção de identidade.

Como a conversa ficou muito longa, divididmos o podcast em duas partes.

Aqui está a parte 1.

Parte 2 aqui.

Citações durante o podcast:

Ana Maria Ferreira Barcelos

Fernanda Liberali

My fair lady

– Língua Inventada (Ex: clamba) e Pingu

Aproveitem a discussão, e vejam isso: Engrish Challenge

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